Brasil

Justiça condena jovem que ofendeu nordestinos no Twitter

A ofensa foi publicada logo após a vitória eleitoral de Dilma sobre o tucano José Serra

Mayara escreveu outras mensagens agressivas, criticando os nordestinos que têm muitos filhos e recebem auxílio do programa Bolsa Família (Reprodução)

Mayara escreveu outras mensagens agressivas, criticando os nordestinos que têm muitos filhos e recebem auxílio do programa Bolsa Família (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 21h09.

São Paulo - A Justiça Federal de São Paulo condenou, hoje, a estudante Mayara Petruso a um ano e cinco meses de prisão pelo crime de racismo. Mayara postou ofensas contra os nordestinos em 2010, após o fim da campanha eleitoral que elegeu a petista Dilma Roussef.

A ofensa foi publicada logo após a vitória eleitoral de Dilma sobre o tucano José Serra. Na ocasião, milhares de internautas protestavam contra o resultado e responsabilizavam os nordestinos pela eleição de Dilma. A então candidata do PT teve seu melhor desempenho eleitoral no Nordeste, embora tenha vencido também em outras regiões do Brasil, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.

"Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a Sp: mate um nordestino afogado!", escreveu a estudante no Twitter. Na época, o Nordeste sofria com fortes chuvas e inundações.

Além deste tuíte, Mayara escreveu outras mensagens agressivas, criticando os nordestinos que têm muitos filhos e recebem auxílio do programa Bolsa Família.

A condenação foi decidida pela juíza Mônica Aparecida Bonavina Camargo, da 9ª Vara Federal Criminal em São Paulo. Monica entendeu que Mayara agiu de forma racista, mas como a acusada não tinha antecedentes criminais e já tinha sofrido “forte punição moral” com a repercussão do caso, sua pena foi convertida para prestação de serviços públicos.

Durante o julgamento, a defesa de Mayara argumentou que a jovem estava arrependida e que não tinha noção da repercussão que o caso poderia ter. A jovem se declarou “envergonhada".

Ao emitir a sentença, a juíza justificou a pena considerada branda em função da jovem já ter sofrido graves consequências por sua atitude. “Considerando que as consequências da infração também atingiram a própria acusada, que abandonou a faculdade, sofreu reclusão em casa por seis meses e tinha medo de sair à rua, situações extremamente difíceis e graves para uma jovem, fixamos a pena abaixo do mínimo legal”, anotou a juíza.

Além de prestar serviços comunitários, a jovem deverá pagar uma multa de R$ 500.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetInternetJustiçaPreconceitosRacismoRedes sociaisTwitter

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP