Adriana Ancelmo: juiz argumenta que a culpabilidade da ré no esquema "se mostra bastante acentuada" (Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 13h56.
Rio de Janeiro - A Justiça Federal do Rio condenou pela quarta vez o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), nesta terça-feira, 19.
Nesta decisão, relativa à Operação Eficiência, Cabral foi sentenciado a mais 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Somadas todas as condenações até agora, o peemedebista tem 87 anos de pena a cumprir.
O ex-governador responde a outras treze ações penais nas quais ainda não houve sentença.
Na decisão desta terça-feira, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, também condena a ex-primeira dama do Estado Adriana Ancelmo a oito anos de reclusão, em regime semiaberto.
Adriana foi liberada da Cadeia Pública José Frederico Marques, na zona norte, na manhã desta terça-feira, 19, após despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
As provas reunidas nas Operações Calicute e Eficiência do Ministério Público Federal (MPF) apontaram que Cabral e integrantes de seu suposto esquema de corrupção promoveram lavagem de ativos no Brasil.
As operações ocorreram por meio de pagamento de despesas pessoais do ex-governador e seus familiares e movimentação de valores ilícitos.
Em sua sentença, Bretas sustenta que Cabral é o principal idealizador do "audaz" esquema de lavagem de dinheiro que movimentou milhões no Brasil e no exterior.
"A magnitude de tal esquema impressiona, seja pela quantidade de dinheiro espúrio movimentado (milhões), seja pelo número de pessoas envolvidas na movimentação desses recursos. Além disso, a lavagem de dinheiro que tem como crime antecedente a corrupção reveste-se de maior gravidade, por motivos óbvios, merecendo o seu mentor intelectual juízo de reprovação mais severo", argumentou.
Já sobre Adriana, o juiz argumenta que a culpabilidade da ré no esquema "se mostra bastante acentuada". "Adriana, mulher de Sérgio Cabral, e membro da organização liderada por ele, usava seu escritório de advocacia para lavar o dinheiro espúrio angariado pela Organização Criminosa", escreveu o juiz.
A reportagem está tentando ouvir os defensores de Cabral e Adriana Ancelmo. O espaço está aberto para as manifestações dos advogados.