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Justiça afasta nova reitora da PUC

A nomeação de Anna Cintra, publicada há um mês, abriu uma crise na instituição. Parte da comunidade acadêmica está em greve

PUC em greve: alunos em frente à reitoria em protesto contra a escolha de Anna Cintra, última colocada na lista tríplice (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 09h30.

São Paulo - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) afastou temporariamente Anna Cintra do cargo de reitora da PUC-SP. Ela havia tomado posse no dia 30. Com a decisão, contra a qual cabe recurso, a PUC está sem reitor. A Fundação São Paulo, que administra a universidade, diz que não foi notificada.

Anna Cintra foi escolhida pelo grão-chanceler da PUC-SP, o cardeal d. Odilo Scherer, com base em uma lista tríplice. Ela ficou em último na eleição da qual participaram alunos, professores e funcionários. A nomeação, publicada há um mês, abriu uma crise na instituição. Parte da comunidade acadêmica está em greve.

O centro acadêmico dos alunos de Direito ingressou com ação na Justiça. A entidade argumenta que, antes de empossar Anna Cintra, o cardeal deveria aguardar o Conselho Universitário (Consun) decidir sobre um recurso que contesta a legitimidade da nomeação da docente.

O CA afirma que a escolha de Anna Cintra, mesmo legal, violou o estatuto e o regimento-geral da universidade, segundo os quais os funcionários e professores devem zelar pelo patrimônio moral da PUC. Os alunos lembram que Anna Cintra assumiu o compromisso durante debate eleitoral de não aceitar a nomeação caso não fosse a mais votada.

O recurso foi aceito pelo Consun, que resolveu, em 28 de novembro, suspender a lista tríplice e aguardar o posicionamento de Anna Cintra numa reunião prevista para ser realizada nesta quarta-feira. O cardeal ignorou a decisão do conselho e manteve a nomeação de Anna Cintra. Em seu primeiro dia de trabalho, a professora foi impedida de entrar na reitoria por um grupo de grevistas.


Na decisão, de caráter liminar, o juiz Anderson Cortez Mendes, da 4ª Vara Cível, diz que o estatuto da PUC-SP não prevê a competência do grão-chanceler de rever atos do Consun. Segundo Mendes, existe "risco de dano irreparável" caso Anna Cintra permaneça na condição de reitora enquanto o conselho não avaliar o recurso. O juiz mandou intimar d. Odilo, a PUC-SP e a Fundação São Paulo, mantenedora da universidade. Eles têm 15 dias para se manifestar no processo.

Bloqueio

Estudantes impediram na terça-feira (11) cedo a realização de uma sessão extraordinária do Consun. Um grupo bloqueou o acesso à sala onde ocorreria o encontro, no câmpus de Perdizes. Alunos se deitaram no chão e gritaram: "Não passarão" e "Fora, Anna Cintra". A pauta da reunião não fazia menção ao processo eleitoral. Só falava do debate sobre o orçamento de 2013 e trazia um genérico "outros assuntos".

"Somos contra essa reunião. Não houve o cumprimento do aviso prévio de 48 horas aos alunos que participam como representantes estudantis", disse Mônia Ramos, do 2.º ano de Letras. Anna Cintra não foi à sessão, mas seu vice-reitor, José Eduardo Martinez, iria representá-la. Martinez preferiu ficar longe do foco das manifestações. Já a pró-reitora de Graduação, Maria Margarida Limena, tentou entrar na sala, mas foi impedida.

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São Paulo - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) afastou temporariamente Anna Cintra do cargo de reitora da PUC-SP. Ela havia tomado posse no dia 30. Com a decisão, contra a qual cabe recurso, a PUC está sem reitor. A Fundação São Paulo, que administra a universidade, diz que não foi notificada.

Anna Cintra foi escolhida pelo grão-chanceler da PUC-SP, o cardeal d. Odilo Scherer, com base em uma lista tríplice. Ela ficou em último na eleição da qual participaram alunos, professores e funcionários. A nomeação, publicada há um mês, abriu uma crise na instituição. Parte da comunidade acadêmica está em greve.

O centro acadêmico dos alunos de Direito ingressou com ação na Justiça. A entidade argumenta que, antes de empossar Anna Cintra, o cardeal deveria aguardar o Conselho Universitário (Consun) decidir sobre um recurso que contesta a legitimidade da nomeação da docente.

O CA afirma que a escolha de Anna Cintra, mesmo legal, violou o estatuto e o regimento-geral da universidade, segundo os quais os funcionários e professores devem zelar pelo patrimônio moral da PUC. Os alunos lembram que Anna Cintra assumiu o compromisso durante debate eleitoral de não aceitar a nomeação caso não fosse a mais votada.

O recurso foi aceito pelo Consun, que resolveu, em 28 de novembro, suspender a lista tríplice e aguardar o posicionamento de Anna Cintra numa reunião prevista para ser realizada nesta quarta-feira. O cardeal ignorou a decisão do conselho e manteve a nomeação de Anna Cintra. Em seu primeiro dia de trabalho, a professora foi impedida de entrar na reitoria por um grupo de grevistas.


Na decisão, de caráter liminar, o juiz Anderson Cortez Mendes, da 4ª Vara Cível, diz que o estatuto da PUC-SP não prevê a competência do grão-chanceler de rever atos do Consun. Segundo Mendes, existe "risco de dano irreparável" caso Anna Cintra permaneça na condição de reitora enquanto o conselho não avaliar o recurso. O juiz mandou intimar d. Odilo, a PUC-SP e a Fundação São Paulo, mantenedora da universidade. Eles têm 15 dias para se manifestar no processo.

Bloqueio

Estudantes impediram na terça-feira (11) cedo a realização de uma sessão extraordinária do Consun. Um grupo bloqueou o acesso à sala onde ocorreria o encontro, no câmpus de Perdizes. Alunos se deitaram no chão e gritaram: "Não passarão" e "Fora, Anna Cintra". A pauta da reunião não fazia menção ao processo eleitoral. Só falava do debate sobre o orçamento de 2013 e trazia um genérico "outros assuntos".

"Somos contra essa reunião. Não houve o cumprimento do aviso prévio de 48 horas aos alunos que participam como representantes estudantis", disse Mônia Ramos, do 2.º ano de Letras. Anna Cintra não foi à sessão, mas seu vice-reitor, José Eduardo Martinez, iria representá-la. Martinez preferiu ficar longe do foco das manifestações. Já a pró-reitora de Graduação, Maria Margarida Limena, tentou entrar na sala, mas foi impedida.

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