Justiça adia interrogatório para que Lula se encontre com papa Francisco
Lula é acusado de "corrupção passiva" como suposto participante na venda de uma lei que ampliava a validade de incentivos fiscais para montadoras
AFP
Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 10h44.
A 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para adiar um interrogatório para que ele vá ao Vaticano, onde tem um encontro agendado com o papa Francisco em 13 de fevereiro.
Lula, que aguarda em liberdade o resultado de um recurso contra uma sentença de cerca de nove anos de prisão por corrupção, pediu o adiamento do interrogatório agendado para a próxima terça-feira, 11 de fevereiro, na 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal, devido a sua viagem à Itália e ao Vaticano entre os dias 12 e 15.
De acordo com a decisão do juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, emitida na quarta-feira, mas divulgada apenas nesta quinta, a audiência foi remarcada para 19 de fevereiro, às 14H30.
"É possível atender ao pedido feito sem alterar o programa inicial deste julgamento", escreveu o magistrado.
Segundo a imprensa, a audiência papal foi intermediada pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, durante uma visita ao Vaticano no final de janeiro.
Na quarta-feira, o ex-presidente escreveu no Twitter: "Vou visitar o Papa Francisco para agradecer não apenas sua solidariedade comigo em um momento difícil, mas, sobretudo, sua dedicação ao povo oprimido. Também quero discutir a experiência brasileira na luta contra a miséria".
O interrogatório de 19 de fevereiro está relacionado à "Operação Zelotes", na qual Lula é acusado de "corrupção passiva" como suposto participante na venda de uma lei que ampliava a validade de incentivos fiscais para montadoras de automóveis.