Juros sobre consumo devem subir, alerta BC
Diretor do Banco Central disse esperar um aumento das taxas que afetam o consumo das famílias
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2011 às 16h14.
Brasília - As taxas de juros que incidem sobre o consumo das famílias ficaram mais altas em dezembro e devem permanecer em elevação, segundo estimativa do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. A elevação das taxas no fim do ano passado já é reflexo das medidas adotados pelo governo para frear o consumo e conter a alta inflacionária.
“O que observamos para o mês de dezembro, em especial, é a elevação das taxas para as família, que já era esperada em função das medidas macroprudenciais adotadas. A expectativa que se tem é de continuidade de elevação dessas taxas para modalidades voltadas para o consumo”, disse Altamir Lopes, ao divulgar o comportamento do crédito ao longo do ano passado.
Em dezembro, o crédito pessoal passou de 42% para 44% ao ano, enquanto o credito para aquisição de veículos variou de 22,8% para 25,2%. Apenas para outras aquisições de bens que houve recuo de 48,3% para 47,9%.
Já a taxa do cheque especial fechou 2010 em 170,7% ao ano, segundo os dados sobre as operações prefixadas. Uma elevação de 1,3 ponto percentual em comparação com novembro, quando a taxa ficou em 169,4%. Por outro lado, as pessoas estão procurando cada vez mais o crédito consignado, que só em 2010 cresceu, em volume, 27,4%. A taxa média do consignado ficou em 27,5% ao ano em dezembro, ante 26,1% em novembro.
O Banco Central divulgou que a taxa média de juros (para pessoas físicas e jurídicas) subiu de 34,8% ao ano em novembro para 35% ao ano em dezembro. Os juros cobrados de pessoas físicas, entretanto, tiveram uma elevação maior e passaram de 39,1% para 40,6% na mesma comparação. Já a taxa para pessoas jurídicas operou no movimento inverso, caindo de 28,6% para 27,9%.
Mesmo com a elevação do juro médio, em dezembro, o spread [diferença entre a taxa de captação e a taxa que o banco cobra para emprestar] ficou praticamente estável no período, com variação mínima de 23,6 para 23,5 pontos percentuais. O destaque ficou com os financiamentos destinados às empresas, cujo spread recuou de 17,9 para 17 pontos percentuais. Para as pessoas físicas, na mesma comparação, o spread subiu de 27,3 para 28,5 pontos percentuais.
O prazo médios dos empréstimos subiu de 469 dias em novembro para 477 dias em dezembro. As empresas contratam empréstimos com prazo de pagamento de 400 dias, em média, enquanto para as pessoas físicas, o prazo médio é de 561 dias.