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Jovem com tênis de R$ 1 mil já é considerado bandido, diz MC

Jonathan David, o MC Chaverinho, passou neste domingo, 19, pelo Shopping Center Penha, na zona leste de São Paulo

Policiais dispersam jovens durante "rolezinho": MC Chaverinho afirma que violência de outros encontros não tem nada tem a ver com a brincadeira (Reprodução/Youtube)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 16h08.

São Paulo - Não houve " rolezinho ", mas um dos mais conhecidos organizadores estava lá. Jonathan David, o MC Chaverinho, passou neste domingo, 19, pelo Shopping Center Penha, na zona leste de São Paulo. O cantor de funk, que completa 21 anos nesta semana, reuniu cerca de 30 jovens numa das entradas do centro de compras.

A administração do Shopping Penha decidiu reforçar a segurança e contou até com apoio de uma base móvel da Polícia Militar (PM). MC Chaverinho, no entanto, afirma que a violência de outros encontros não tem nada tem a ver com a brincadeira, que acontece com frequência em diversos pontos do país.

"Defendo o lado da periferia. Também temos a vontade de comparecer em shoppings", afirmou. Ele sai em defesa da presença policial: "O lado ruim (dos 'rolezinhos') é a falta de segurança pública . Se um lugar tem mil pessoas, como cuidar delas com duas viaturas?", questiona.

Marcas

Com tênis de marca, óculos espelhados e corrente no pescoço, MC Chaverinho afirma que o funk deu a ele os objetos que tanto queria e não podia comprar. "O shopping é o local onde a gente se identifica. Tenho vontade de consumir, comer um McDonald's, comprar um tênis."

Ele lamenta que exista preconceito entre outros frequentadores dos espaços destinados ao consumo: "Só porque o jovem (da periferia) tem um tênis de R$ 1 mil já é considerado bandido", diz.

É deste tema, o consumismo, que falam as letras do MC. "É o que a gente sofreu para chegar onde está. Hoje, tenho a ambição de ter uma coisa que vale uma grana." O clipe de uma das músicas, Nossa Vitória, exibe marcas de perfumes famosos além de imagens de Chaverinho com um bolo de cédulas na mão.

O jovem Bruno Dias do Nascimento, de 17 anos, é um dos fãs que participaram do encontro. Sobre os "rolezinhos", Bruno diz: "A gente que é dessa idade gosta de extravasar". Já a fã Taís Oliveira, de 21 anos, defende que a "arruaça" durante "rolezinho" em dezembro no Shopping Metrô Itaquera, também na zona leste, foi fruto do oportunismo de quem não fazia parte do encontro.

Em nota, a assessoria do Shopping Center Penha afirmou que estava ciente do encontro de fãs do MC Chaverinho. "O Shopping Penha tomou conhecimento do evento por meio das redes sociais e a comemoração (do aniversário do MC) foi realizada do lado externo do empreendimento com um pequeno número de fãs." O centro de compras funcionou em horário normal.

Baixa presença

A concessão de liminar na Justiça contra o "rolezinho" não impediu que 50 jovens fossem ao Shopping Metrô Tatuapé, também na zona leste da capital, nesse fim de semana. Apesar da decisão judicial afixada nas entradas, prevendo multa de R$ 10 mil aos participantes em caso de tumulto, os seguranças foram orientados a acompanhar sem qualquer intervenção. Os adolescentes caminharam em grupos dispersos e não houve registro de violência.

Na página do evento do Facebook, organizado pelo produtor de bailes funk Duda Mel, houve adesão de pelo menos 1,2 mil internautas. "Esse é o décimo 'rolezinho' do qual participo", afirmou Duda Mel, que diz que o evento é rotineiro na capital paulista. "A gente combinou que não pode ter violência nem roubo", disse. De acordo com ele, que tem 22 anos, os "rolezinhos" são para se divertir, paquerar e conhecer gente nova. "A gente também consome. Acabei de fazer depilação a laser aqui e comprei uma revista", disse.

Precaução

Na entrada principal, havia segurança privada do shopping, além do apoio de funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e policiais militares. "Sabemos como é o perfil de quem faz 'rolezinho'", disse um dos seguranças. "Bonezinho, tênis, camiseta de marca conhecida", declarou. Segundo o funcionário, que pediu para não ser identificado, não há violência contra os jovens. "Só orientamos que eles não podem ficar aglomerados, pedimos para que se espalhem."

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A administração do Shopping Penha decidiu reforçar a segurança e contou até com apoio de uma base móvel da Polícia Militar (PM). MC Chaverinho, no entanto, afirma que a violência de outros encontros não tem nada tem a ver com a brincadeira, que acontece com frequência em diversos pontos do país.

"Defendo o lado da periferia. Também temos a vontade de comparecer em shoppings", afirmou. Ele sai em defesa da presença policial: "O lado ruim (dos 'rolezinhos') é a falta de segurança pública . Se um lugar tem mil pessoas, como cuidar delas com duas viaturas?", questiona.

Marcas

Com tênis de marca, óculos espelhados e corrente no pescoço, MC Chaverinho afirma que o funk deu a ele os objetos que tanto queria e não podia comprar. "O shopping é o local onde a gente se identifica. Tenho vontade de consumir, comer um McDonald's, comprar um tênis."

Ele lamenta que exista preconceito entre outros frequentadores dos espaços destinados ao consumo: "Só porque o jovem (da periferia) tem um tênis de R$ 1 mil já é considerado bandido", diz.

É deste tema, o consumismo, que falam as letras do MC. "É o que a gente sofreu para chegar onde está. Hoje, tenho a ambição de ter uma coisa que vale uma grana." O clipe de uma das músicas, Nossa Vitória, exibe marcas de perfumes famosos além de imagens de Chaverinho com um bolo de cédulas na mão.

O jovem Bruno Dias do Nascimento, de 17 anos, é um dos fãs que participaram do encontro. Sobre os "rolezinhos", Bruno diz: "A gente que é dessa idade gosta de extravasar". Já a fã Taís Oliveira, de 21 anos, defende que a "arruaça" durante "rolezinho" em dezembro no Shopping Metrô Itaquera, também na zona leste, foi fruto do oportunismo de quem não fazia parte do encontro.

Em nota, a assessoria do Shopping Center Penha afirmou que estava ciente do encontro de fãs do MC Chaverinho. "O Shopping Penha tomou conhecimento do evento por meio das redes sociais e a comemoração (do aniversário do MC) foi realizada do lado externo do empreendimento com um pequeno número de fãs." O centro de compras funcionou em horário normal.

Baixa presença

A concessão de liminar na Justiça contra o "rolezinho" não impediu que 50 jovens fossem ao Shopping Metrô Tatuapé, também na zona leste da capital, nesse fim de semana. Apesar da decisão judicial afixada nas entradas, prevendo multa de R$ 10 mil aos participantes em caso de tumulto, os seguranças foram orientados a acompanhar sem qualquer intervenção. Os adolescentes caminharam em grupos dispersos e não houve registro de violência.

Na página do evento do Facebook, organizado pelo produtor de bailes funk Duda Mel, houve adesão de pelo menos 1,2 mil internautas. "Esse é o décimo 'rolezinho' do qual participo", afirmou Duda Mel, que diz que o evento é rotineiro na capital paulista. "A gente combinou que não pode ter violência nem roubo", disse. De acordo com ele, que tem 22 anos, os "rolezinhos" são para se divertir, paquerar e conhecer gente nova. "A gente também consome. Acabei de fazer depilação a laser aqui e comprei uma revista", disse.

Precaução

Na entrada principal, havia segurança privada do shopping, além do apoio de funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e policiais militares. "Sabemos como é o perfil de quem faz 'rolezinho'", disse um dos seguranças. "Bonezinho, tênis, camiseta de marca conhecida", declarou. Segundo o funcionário, que pediu para não ser identificado, não há violência contra os jovens. "Só orientamos que eles não podem ficar aglomerados, pedimos para que se espalhem."

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