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João Doria sai à frente de Eduardo Leite na largada das prévias do PSDB

Definição de candidato à presidência começa amanhã, 19, e governador de SP soma, em tese, um terço do eleitorado

Disputa: Eduardo Leite (esq.) e João Doria (dir.) disputam o posto de presidenciável pelo PSDB (Money Report/Reprodução)

Disputa: Eduardo Leite (esq.) e João Doria (dir.) disputam o posto de presidenciável pelo PSDB (Money Report/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de setembro de 2021 às 09h29.

Última atualização em 19 de setembro de 2021 às 10h34.

As prévias tucanas começam amanhã com o governador de São Paulo João Doria à frente de seu principal adversário interno, o colega gaúcho Eduardo Leite. A vantagem se dá pelos apoios já anunciados ao paulista em viagens feitas pelo País nos últimos meses. Até aqui, Doria soma, em tese, um terço do eleitorado do PSDB. Outros 10% fecharam com Leite - o restante segue em aberto assim como a disputa interna, que promete ser acirrada.

Pelo calendário definido pela executiva nacional, os postulantes a presidenciável em 2022 terão pela frente dois meses de campanha - o primeiro turno está marcado para 20 de novembro. Além de Doria e Leite, a expectativa é de que o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também se inscrevam, mesmo sem disposição real para seguirem até o fim.

Após conquistar os diretórios de São Paulo, Paraná, Acre e Pará, Doria espera anunciar o apoio dos tucanos do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo. Juntos, esses seis Estados somam 467 mil filiados, ou 35% do total. Já Leite fechou com Minas Gerais, que sozinho, detém um décimo dos votos.

O resultado final, porém, não será uma soma simples. Por decisão da executiva nacional, os votos dos filiados com mandatos, como prefeitos e deputados, terão mais peso na decisão, o que força os candidatos a negociarem com as bancadas federais, estaduais e municipais.

O PSDB tem hoje três governadores, sete senadores, 33 deputados federais, 720 estaduais e distritais, 520 prefeitos e 4.377 vereadores. Os ex-presidentes nacionais também votam, assim como Fernando Henrique Cardoso, atual presidente de honra, que fechou com Doria.

Estilos. De perfil mais discreto e menos crítico a Jair Bolsonaro, Leite tem, ao menos por enquanto, mais aliados no Congresso. Dos sete senadores, dois são considerados bolsonaristas - Roberto Rocha (MA) e Rodrigo Cunha (AL) - e, por isso, mais avessos a Doria.

Entre os demais, apenas Izalci Lucas (DF) declarou apoio ao paulista. Ele receberá Doria em almoço após o ato de inscrição, amanhã, em Brasília. Se Tasso desistir, a tendência é que apoie Leite e leve com ele os votos de Plínio Valério (AM) e Mara Gabrilli (SP). José Aníbal, suplente em exercício de José Serra (SP) no Senado, estaria neutro.

Para conquistar tucanos com mais peso nas prévias, Doria e Leite têm rodado o País. O paulista já esteve em dez Estados, enquanto o gaúcho visitou 12. Tasso e Virgílio, contudo, não lançaram mão dessa estratégia.

Ainda que atrás de Doria no momento, Leite tem menos rejeição dentro e fora do partido, o que o coloca, segundo aliados, com chances reais de crescimento. Prefeitos tucanos de Santa Catarina, por exemplo, foram até o gaúcho para incentivá-lo. O Estado é considerado o mais bolsonarista do País.

Dois ex-presidentes do PSDB-SP oficializaram apoio a Leite - Antonio Carlos Pannunzio e Pedro Tobias, este ligado ao ex-governador Geraldo Alckmin, que cogita migrar para o PSD após Doria avisá-lo que não teria legenda para disputar mais uma vez o Bandeirantes.

Após obter o aval do PSDB mineiro, comandado pelo deputado Aécio Neves, desafeto público de Doria, Leite avança para ter o apoio de Tasso, que desistiria da disputa e ajudaria a convencer o diretório cearense a seguir sua decisão. Já Virgílio, se abrir mão, tende a ir com Doria.

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