Jerônimo Goergen diz que vai interpelar Youssef por citá-lo
O deputado, que consta na lista de políticos que serão investigados na Lava Jato, disse que vai interpelar judicialmente Alberto Youssef por citá-lo
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2015 às 17h23.
Porto Alegre - O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que consta na lista de políticos que serão investigados por suposto envolvimento na Operação Lava Jato , anunciou que irá interpelar judicialmente o doleiro Alberto Youssef por tê-lo citado em delação premiada como um dos beneficiários no esquema de corrupção da Petrobras .
"Não tenho outra alternativa que não seja recorrer à Justiça para que ele prove o que disse", afirmou a jornalistas em Porto Alegre.
De acordo com depoimento do doleiro, Goergen e outros deputados da bancada gaúcha do PP recebiam uma "mesada" que variava entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.
O parlamentar nega qualquer envolvimento com os delitos relacionados à Operação Lava Jato. "Espero que ele (Youssef) seja punido porque não vejo razão para meu nome aparecer na lista (da Procuradoria-geral da República)", disse. Na entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, 9, Goergen revelou que "estranha" o fato de seu nome ter sido citado uma única vez na delação premiada, em fevereiro de 2015, justamente num momento em que fazia "alto enfrentamento" tanto à cúpula nacional do PP como ao governo federal.
"Quero saber se (a investigação) tem alguma motivação política", falou. O diretório estadual do PP não apoia a aliança do partido com a administração de Dilma Rousseff (PT) e chegou a entrar na Justiça no ano passado para tentar impedir o resultado da convenção nacional, que chancelou a participação da sigla na coligação petista.
Goergen alega que o esquema denunciado por Youssef é anterior à sua chegada a Brasília, em 2011. "Ele (o doleiro) cita recursos que eram dados a parlamentares líderes da bancada (que depois repassavam a 'mesada' a outros deputados) quando eu nem estava lá", conta.
O deputado se licenciou do diretório estadual do partido para se defender, porque não gostaria de prejudicar o PP/RS. Também abriu seus sigilos bancário e telefônico e se colocou à disposição da CPI da Petrobras para esclarecimentos. Além de Goergen, outros cinco políticos do PP/RS serão investigados - os deputados federais Luis Carlos Heinze, José Otávio Germano, Afonso Hamm e Renato Molling e o ex-deputado federal Vilson Covatti.
Quando perguntado sobre a conduta dos colegas, Goergen disse que "não pode falar pelos outros" e limitou-se a afirmar que a bancada gaúcha do PP é "extremamente desunida". Sobre o PP nacional, Goergen não poupou críticas. Disse que o envolvimento do partido com esquemas de corrupção é conhecido desde o processo do mensalão.
Segundo ele, a legenda utiliza "métodos diferentes" há bastante tempo. "Eu cobrava do meu partido que fizesse política, e a gente não tinha mais a condição de fazer (política)", falou ao explicar que chegou a pensar em deixar a legenda. "Não há dúvida de que o PP nacional acabou. Temos é que rever posição do PP/RS."
Porto Alegre - O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que consta na lista de políticos que serão investigados por suposto envolvimento na Operação Lava Jato , anunciou que irá interpelar judicialmente o doleiro Alberto Youssef por tê-lo citado em delação premiada como um dos beneficiários no esquema de corrupção da Petrobras .
"Não tenho outra alternativa que não seja recorrer à Justiça para que ele prove o que disse", afirmou a jornalistas em Porto Alegre.
De acordo com depoimento do doleiro, Goergen e outros deputados da bancada gaúcha do PP recebiam uma "mesada" que variava entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.
O parlamentar nega qualquer envolvimento com os delitos relacionados à Operação Lava Jato. "Espero que ele (Youssef) seja punido porque não vejo razão para meu nome aparecer na lista (da Procuradoria-geral da República)", disse. Na entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, 9, Goergen revelou que "estranha" o fato de seu nome ter sido citado uma única vez na delação premiada, em fevereiro de 2015, justamente num momento em que fazia "alto enfrentamento" tanto à cúpula nacional do PP como ao governo federal.
"Quero saber se (a investigação) tem alguma motivação política", falou. O diretório estadual do PP não apoia a aliança do partido com a administração de Dilma Rousseff (PT) e chegou a entrar na Justiça no ano passado para tentar impedir o resultado da convenção nacional, que chancelou a participação da sigla na coligação petista.
Goergen alega que o esquema denunciado por Youssef é anterior à sua chegada a Brasília, em 2011. "Ele (o doleiro) cita recursos que eram dados a parlamentares líderes da bancada (que depois repassavam a 'mesada' a outros deputados) quando eu nem estava lá", conta.
O deputado se licenciou do diretório estadual do partido para se defender, porque não gostaria de prejudicar o PP/RS. Também abriu seus sigilos bancário e telefônico e se colocou à disposição da CPI da Petrobras para esclarecimentos. Além de Goergen, outros cinco políticos do PP/RS serão investigados - os deputados federais Luis Carlos Heinze, José Otávio Germano, Afonso Hamm e Renato Molling e o ex-deputado federal Vilson Covatti.
Quando perguntado sobre a conduta dos colegas, Goergen disse que "não pode falar pelos outros" e limitou-se a afirmar que a bancada gaúcha do PP é "extremamente desunida". Sobre o PP nacional, Goergen não poupou críticas. Disse que o envolvimento do partido com esquemas de corrupção é conhecido desde o processo do mensalão.
Segundo ele, a legenda utiliza "métodos diferentes" há bastante tempo. "Eu cobrava do meu partido que fizesse política, e a gente não tinha mais a condição de fazer (política)", falou ao explicar que chegou a pensar em deixar a legenda. "Não há dúvida de que o PP nacional acabou. Temos é que rever posição do PP/RS."