Procurador-geral da República, Rodrigo Janot: assessoria alegou que o objetivo do sigilo "é garantir a boa execução da operação" (Marcello Casal/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2014 às 21h11.
Brasília - A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou sigilo total à Operação Ararath.
A medida, incomum em outras operações, foi recebida com estranheza pela cúpula da Polícia Federal, que se queixou de "censura" nos bastidores.
Nenhuma comunicação das ações desta terça-feira pôde ser feita, nem mesmo releases que informam, em linhas gerais e sem citar nomes, qual tipo de irregularidade está em apuração.
Também atendendo ao pedido de Janot, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) tiveram de acompanhar de perto as ações da PF durante o dia. Na lista de investigados no STF, consta o senador Blairo Maggi (PR).
Em outra fase da Ararath, a PF fez buscas na casa do pedetista Fernando Mendonça, maior doador da campanha do senador Pedro Taques (PDT) nas eleições de 2010. Ex-procurador da República, ele é pré-candidato ao Governo de Mato Grosso.
A assessoria de comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o objetivo do sigilo "é garantir a boa execução da operação".
"Existe uma determinação de sigilo pelo STF e diz respeito à execução da operação", afirmou. Conforme a assessoria, a operação é grande, com muitos investigados.
Parte das investigações, que não envolve pessoas com foro privilegiado, ainda está sendo conduzida pela Justiça Federal em Mato Grosso. A PF já abriu dez inquéritos para apurar crimes no âmbito da Ararath.
Na semana passada, após ter tomado posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Toffoli defendeu que as ações de cassação de mandato de políticos acusados de ilegalidades durante a campanha corram sob sigilo. Além de presidir o TSE, Toffoli é ministro do STF.