Brasil

Janot avalia se cabe pedido de inquérito contra Temer

A instauração de um procedimento pode esbarrar no fato de que a Constituição determina que o presidente não pode ser investigado por atos anteriores ao mandato


	Michel Temer: a delação de Machado incluiu, pela 1ª vez, de maneira mais direta, o nome do peemedebista na investigação da Lava Jato
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Michel Temer: a delação de Machado incluiu, pela 1ª vez, de maneira mais direta, o nome do peemedebista na investigação da Lava Jato (Ueslei Marcelino / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 18h21.

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda avalia se cabe pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o presidente em exercício, Michel Temer, com base na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

A eventual instauração de um procedimento contra Temer pode esbarrar no fato de que a Constituição determina que o presidente da República não pode ser investigado ou processado por atos anteriores ao mandato vigente.

Foi com base nessa linha de raciocínio que Janot deixou de pedir a instauração de um inquérito contra a presidente afastada Dilma Rousseff por conta da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que ocorreu em 2006, oito anos antes da reeleição da petista em 2014.

A delação de Machado incluiu, pela primeira vez, de maneira mais direta, o nome do peemedebista no escândalo investigado pela Operação Lava Jato.

Até então, a avaliação dos procuradores era que as citações a Temer por outros delatores que fecharam acordos com o Ministério Público se tratavam de menções laterais e não eram suficientes para abrir um inquérito contra ele.

Em seus depoimentos, o ex-presidente da Transpetro afirmou que Temer pediu para que ele ajudasse a conseguir doações para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

Ele disse que acertou o valor de R$ 1,5 milhão e que Temer sabia que se tratava de recursos ilícitos que seriam doados de maneira legal à campanha.

O delator também afirmou que Temer teria reassumido o comando do PMDB em 2014 para arbitrar a distribuição de R$ 40 milhões encaminhados pelo PT e conter a insatisfação de deputados que reclamavam da partilha desigual.

Temer negou as acusações de Machado. Em pronunciamento nesta quinta-feira, 16, ele classificou as afirmações de "mentirosas" e "criminosas.

Na quarta, o presidente em exercício já havia negado, por meio de uma nota oficial, ter feito qualquer pedido de "doação ilícita" a Machado.

Acompanhe tudo sobre:MDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerOperação Lava JatoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRodrigo JanotSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Após jovem baleada, Lewandowski quer acelerar regulamentação sobre uso da força por policiais

Governadores avaliam ir ao STF contra decreto de uso de força policial

Queda de ponte: dois corpos são encontrados no Rio Tocantins após início de buscas subaquáticas

Chuvas intensas atingem Sudeste e Centro-Norte do país nesta quinta; veja previsão do tempo