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Janot: a “quadrilha” do PMDB

Rodrigo Janot avançou algumas casas nesta terça-feira em suas investidas contra políticos do primeiro escalão suspeitos de corrupção. O procurador-geral da República pediu a abertura de inquérito contra os senadores José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) por obstrução à Operação Lava-Jato, e chamou o grupo de “quadrilha”. “Como sói acontecer em […]

RODRIGO JANOT: procurador-geral pediu mais uma vez o depoimento do presidente Michel Temer / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

RODRIGO JANOT: procurador-geral pediu mais uma vez o depoimento do presidente Michel Temer / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 17h54.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h50.

Rodrigo Janot avançou algumas casas nesta terça-feira em suas investidas contra políticos do primeiro escalão suspeitos de corrupção. O procurador-geral da República pediu a abertura de inquérito contra os senadores José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) por obstrução à Operação Lava-Jato, e chamou o grupo de “quadrilha”. “Como sói acontecer em organizações criminosas bem estruturadas, o tráfico de influência é apenas uma das vertentes utilizadas”, diz em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal. O caso origina-se das delações premiadas de Sérgio Machado, que gravou conversas com os três envolvidos que demonstravam um plano para “estancar a sangria” promovida pela investigação.

Com a morte de Teori Zavascki e a polêmica indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, o posto de “guardião” da Lava-Jato está vago. A forma incisiva utilizada no documento mostra que Janot pretende assumi-lo. Há duas semanas, já havia pedido urgência à ministra Cármen Lúcia na homologação das delações da Odebrecht. Agora, faz pressão para dar celeridade aos processos nas mãos do ministro Edson Fachin, novo relator das ações no Supremo Tribunal Federal. A Lava-Jato acumula mais de 100 condenações na primeira instância com Sergio Moro e nenhuma entre políticos no Supremo.

Ao contrário de Moraes, Janot quer distância do mundo político. Ao ser perguntado sobre a nomeação do ministro da Justiça para o Supremo, afirmou “não acho nada”. A agressividade relembra março de 2015, quando Janot recebeu as delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef para a Lava-Jato e montou a “lista do Janot”, onde quase 50 políticos foram implicados em inquéritos. Agora, a procuradoria acaba de receber os depoimentos de 77 executivos da Odebrecht, em que foram citados, segundo estimativas, mais de 200 nomes de agentes públicos.

Bacharel e mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, Janot foi reconduzido em 2015 ao cargo que ocupa desde 2013 pela presidente Dilma Rousseff. O mandato dura até o segundo semestre deste ano, mas Janot quer o terceiro termo. Para isso, precisará de indicação de Temer e aprovação da Comissão de Constituição e Justiça e do plenário do Senado. Em todas as situações, deverá ser aprovado por aqueles que poderá vir a investigar.

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