João Goulart: ex-presidente será submetido a um processo de exumação para determinar a causa de sua morte (Dick DeMarsico/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2014 às 21h41.
Porto Alegre - Os restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, serão transportados de São Borja, no oeste do Rio Grande do Sul, a Brasília e de volta à cidade gaúcha com honras de chefe de Estado, quando forem submetidos à perícia que poderá indicar a causa da morte, revelou nesta segunda-feira, 2, em Porto Alegre, a chefe da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, Maria do Rosário.
"Decidida sua exumação, nós queremos preparar um procedimento em que ele vá com honras a Brasília, como presidente, e volte a São Borja com honras também", afirmou, depois de uma reunião com líderes estaduais do PDT. Deposto em 1964, Jango morreu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, em Mercedes, na Argentina. O enterro no jazigo da família, em São Borja, teve grande presença popular, mas não contou com honrarias oficiais.
Maria do Rosário afirmou que ele "terá o tratamento que não recebeu quando foi deposto e no momento de seu sepultamento; temos o compromisso de tratá-lo devidamente como presidente eleito pelo povo brasileiro". O ritual das honrarias será definido pelo cerimonial do governo.
A exumação dos restos mortais de Jango foi decidida em 2013 pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que quer apurar se a morte decorreu de enfarte, como na versão oficial, ou de envenenamento, como suspeitam alguns admiradores do ex-presidente. A data de abertura do túmulo poderá ser definida em reunião de representantes da CNV e da SDH com peritos da Polícia Federal (PF) e convidados, marcada para o dia 17, na capital federal. Os restos mortais serão levados para análise em laboratórios da PF na capital.