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Jango é enterrado com honras de chefe de Estado

Centenas de pessoas foram ao aeroporto esperar pela família e pelo caixão e outras centenas acompanharam o velório na catedral São Francisco de Borja

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2014 às 21h34.

Porto Alegre - Morto em 6 de dezembro de 1976, o ex-presidente João Goulart foi enterrado pela segunda vez, agora com honras de chefe de Estado, nesta sexta-feira, em São Borja, na fronteira com a Argentina.

As homenagens reuniram a família Goulart, políticos como o senador Pedro Simon (PMDB), o ex-deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB), a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário (PT), o deputado federal Vieira da Cunha (PDT) e o governador em exercício Pedro Westphalen (PP), além de alguns amigos ainda vivos do ex-presidente, admiradores e militantes trabalhistas.

Por decreto do prefeito, a cidade de 60 mil habitantes, que também foi berço do ex-presidente Getúlio Vargas e do algumas vezes presidente interino Ibsen Pinheiro (presidente da Câmara durante o governo Itamar Franco), parou para homenagear um de seus filhos mais ilustres.

Centenas de pessoas foram ao aeroporto esperar pela família e pelo caixão e outras centenas acompanharam o velório na catedral São Francisco de Borja.

O corpo chegou a São Borja por volta das 13 horas. Depois do desembarque, passou diante de 150 soldados do Exército , que dispararam três tiros de fuzil e executaram a marcha fúnebre.

Na sequência, foi colocado sobre um caminhão do Corpo de Bombeiros e levado em cortejo guardado por cavaleiros da Brigada Militar até a igreja. No trajeto, diversas famílias ficaram diante de suas casas com bandeiras do Brasil. Por onde o caixão passou foi aplaudido e diversas vezes o ex-presidente foi homenageado com gritos "Jango, Jango, Jango".

O segundo enterro deu a Jango as honras que não teve no primeiro e complementou o ato de exumação dos restos mortais para investigação da causa da morte. O ex-presidente morreu em 6 de dezembro de 1976, em Mercedes, na Argentina, durante o exílio.

A causa oficial, parada cardíaca, foi contestada por um ex-agente da repressão uruguaia, que diz ter participado de uma operação de envenenamento de Goulart. O primeiro enterro ocorreu em clima tenso. Três mil pessoas desafiaram a ordem militar de um velório rápido e carregaram o caixão pelas ruas de São Borja.

Em 14 de novembro os restos mortais foram removidos e transportados para Brasília para coleta de amostras. Uma equipe de peritos internacionais vai usar o material para identificar a verdadeira causa da morte ou informar se isso se tornou missão impossível.

O segundo enterro foi acompanhado por um público menor, próximo de mil pessoas, tanto porque, passados 37 anos, a comoção não é mais a mesma. Além disso, como lembrou um contemporâneo anônimo, grande parte da geração de Jango morreu e a muitos adultos de hoje não tiveram informações sobre o ex-presidente nas escolas do regime militar.

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Porto Alegre - Morto em 6 de dezembro de 1976, o ex-presidente João Goulart foi enterrado pela segunda vez, agora com honras de chefe de Estado, nesta sexta-feira, em São Borja, na fronteira com a Argentina.

As homenagens reuniram a família Goulart, políticos como o senador Pedro Simon (PMDB), o ex-deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB), a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário (PT), o deputado federal Vieira da Cunha (PDT) e o governador em exercício Pedro Westphalen (PP), além de alguns amigos ainda vivos do ex-presidente, admiradores e militantes trabalhistas.

Por decreto do prefeito, a cidade de 60 mil habitantes, que também foi berço do ex-presidente Getúlio Vargas e do algumas vezes presidente interino Ibsen Pinheiro (presidente da Câmara durante o governo Itamar Franco), parou para homenagear um de seus filhos mais ilustres.

Centenas de pessoas foram ao aeroporto esperar pela família e pelo caixão e outras centenas acompanharam o velório na catedral São Francisco de Borja.

O corpo chegou a São Borja por volta das 13 horas. Depois do desembarque, passou diante de 150 soldados do Exército , que dispararam três tiros de fuzil e executaram a marcha fúnebre.

Na sequência, foi colocado sobre um caminhão do Corpo de Bombeiros e levado em cortejo guardado por cavaleiros da Brigada Militar até a igreja. No trajeto, diversas famílias ficaram diante de suas casas com bandeiras do Brasil. Por onde o caixão passou foi aplaudido e diversas vezes o ex-presidente foi homenageado com gritos "Jango, Jango, Jango".

O segundo enterro deu a Jango as honras que não teve no primeiro e complementou o ato de exumação dos restos mortais para investigação da causa da morte. O ex-presidente morreu em 6 de dezembro de 1976, em Mercedes, na Argentina, durante o exílio.

A causa oficial, parada cardíaca, foi contestada por um ex-agente da repressão uruguaia, que diz ter participado de uma operação de envenenamento de Goulart. O primeiro enterro ocorreu em clima tenso. Três mil pessoas desafiaram a ordem militar de um velório rápido e carregaram o caixão pelas ruas de São Borja.

Em 14 de novembro os restos mortais foram removidos e transportados para Brasília para coleta de amostras. Uma equipe de peritos internacionais vai usar o material para identificar a verdadeira causa da morte ou informar se isso se tornou missão impossível.

O segundo enterro foi acompanhado por um público menor, próximo de mil pessoas, tanto porque, passados 37 anos, a comoção não é mais a mesma. Além disso, como lembrou um contemporâneo anônimo, grande parte da geração de Jango morreu e a muitos adultos de hoje não tiveram informações sobre o ex-presidente nas escolas do regime militar.

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