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Ex-líder colono de Israel não será embaixador no Brasil

Governo de Israel havia anunciado o nome do novo embaixador do país no Brasil sem antes submetê-lo ao governo brasileiro, como diz a norma diplomática


	Dani Dayan: em mensagens confidenciais, governo brasileiro tinha esclarecido que preferia candidato que não representasse colonização judaica.
 (Wikimedia Commons)

Dani Dayan: em mensagens confidenciais, governo brasileiro tinha esclarecido que preferia candidato que não representasse colonização judaica. (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2016 às 06h45.

Jerusalém - O primeiro-ministro e titular de Relações Exteriores de Israel, Benjamin Netanyahu, retirou nesta segunda-feira a nomeação do ex-líder colono Dani Dayan como embaixador no Brasil, que não tinha sido aceito desde agosto, e o designou cônsul-geral em Nova York.

"Netanyahu decidiu nomear Dani Dayan cônsul-geral em Nova York. Ele substituirá o funcionário do Ministério das Relações Exteriores Ido Aharoni, que está terminando seu mandato", informou o governo israelense em um breve comunicado oficial.

Com isso, termina um episódio que vem se arrastando desde agosto, quando Israel anunciou a escolha do antigo dirigente do Conselho de Assentamentos Judaicos em Judéia e Samaria (designação bíblica para o território ocupado da Cisjordânia), como embaixador no Brasil.

O governo de Israel anunciou publicamente o nome de Dayan como novo embaixador de seu país no Brasil antes de submetê-lo ao governo brasileiro, como diz a norma diplomática, gerando a reação de um grupo de 40 diplomatas brasileiros já aposentados, que divulgou um manifesto rejeitando supostas pressões de Israel para que o Brasil aceitasse a indicação de Netanyahu.

Durante todo este tempo, Israel falou sobre o risco de uma crise diplomática e manteve sua decisão frente ao governo brasileiro, que em mensagens confidenciais tinha esclarecido que preferia outro candidato, que não representasse à colonização judaica.

Em 2010, o Brasil reconheceu o Estado palestino de acordo com as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel ocupou Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.

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