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Ipea: desemprego é fenômeno da população mais jovem

Segundo pesquisa da entidade, mais da metade dos desempregados do país tem entre 18 e 29 anos

O Ipea ressaltou que faltam mecanismos de proteção social aos desempregados (Daniela de Lamare/Gloss)
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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 12h42.

O desemprego é um fenômeno da população mais jovem, segundo afirmou hoje Bruno Marques, técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), durante divulgação de dados sobre o mercado de trabalho brasileiro. Levantamento apresentado nesta manhã pelo instituto revelou que a maior parte das pessoas que estão fora do mercado, apesar de se esforçarem para integrá-lo, está com idade entre 18 e 29 anos.

Embora esse grupo responda por apenas cerca de 30% da amostra do instituto, perfazem 54% dos desempregados. A pesquisa detectou que cerca de 45% dos desempregados está procurando trabalho há mais de seis meses. Dentro deste grupo, quase um quarto das pessoas está na condição de desempregado há mais de um ano.

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"Uma parcela importante dos desempregados encontra-se, portanto, exposta ao desemprego de longa duração, situação preocupante tendo em vista a possível perda de habilidades e vínculos profissionais que daí decorre", afirmou a sondagem do Ipea.

Marques salientou, porém, que a cobertura do seguro-desemprego é de no máximo cinco meses, com média de quatro meses, o que identifica uma lacuna em termos de proteção social. "O seguro-desemprego deixa de cobrir uma parcela significativa de pessoas e é uma questão que se precisa estudar", afirmou o técnico do Ipea à imprensa.

A pesquisa verificou também que as expectativas salariais para esse grupo de pessoas são relativamente baixas, já que mais de 40% dos participantes responderam aceitar um valor igual ou até menor do que o salário mínimo atual (R$ 510). Cerca de um quarto dos entrevistados identificaram a falta de qualificação ou experiência como o principal obstáculo nas seleções de emprego.

Negócio próprio

Poucos participantes da pesquisa, segundo o Ipea, mencionaram o desejo de abrir um negócio próprio, que seria uma alternativa ao emprego assalariado. "Em outros países, esta resposta provavelmente teria um peso maior. No Brasil, a porcentagem é baixa", comparou Amorim.

Segundo ele, o peso da situação da economia é um dos itens mais importantes para se ampliar o mercado de trabalho na avaliação dos que participaram da pesquisa do instituto. "Há a percepção de que a economia crescendo, com pessoas comprando, é muito mais importante para melhorar a situação do que o crédito e os impostos", explicou.

Dos que atuam por conta própria, o Ipea identificou que é baixa a contribuição com a Previdência Social. Para a maioria, porém, a não contribuição tem uma explicação clara: a consideração de que o rendimento é baixo. "Resumidamente, dizem que não têm renda para contribuir. Isso dá para ver como a questão da renda é importante. Apenas 6% acham que o valor pago pelo benefício é baixo. Ou seja, as pessoas querem contribuir, mas acham que não tem renda para tal", observou Amorim.

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