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Intervenção não dá protagonismo eleitoral a Temer, diz Ciro Gomes

Ele chamou a medida do presidente Michel Temer de um "factoide" e disse que tem caráter "politiqueiro e mal intencionado"

Ciro Gomes: "Hoje, evidentemente, o governo mostra que está esperneando, que trocou de agenda saindo da impopularíssima reforma da Previdência com um factoide de grande comoção no Rio de Janeiro" (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

Ciro Gomes: "Hoje, evidentemente, o governo mostra que está esperneando, que trocou de agenda saindo da impopularíssima reforma da Previdência com um factoide de grande comoção no Rio de Janeiro" (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 15h26.

São Paulo - Pré-candidato do PDT à Presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes criticou a intervenção federal decretada pelo governo na Segurança Pública do Rio de Janeiro. Ele chamou a medida do presidente Michel Temer de um "factoide" e disse que tem caráter "politiqueiro e mal intencionado". O ex-ministro afirmou ainda não acreditar que a intervenção terá relevância nas eleições presidenciais.

"Eu acho isso factoide, não acho que terá relevância no processo", disse Ciro, após participar de um evento do jornal Folha de S.Paulo na capital paulista. "Hoje, evidentemente, o governo mostra que está esperneando, que trocou de agenda saindo da impopularíssima reforma da Previdência com um factoide de grande comoção no Rio de Janeiro", disse.

Ciro afirmou que, "superficialmente", as pessoas vão se sentir seguras no Rio inicialmente e que isso será positivo para o governo, mas que o efeito é passageiro.

Em sua fala no evento, o ex-ministro disse que não acredita que Michel Temer terá protagonismo eleitoral com a intervenção. Chamando o presidente de "figura enojante", afirmou que, mesmo assim, o emedebista continua "lutando e esperneando" para se manter no poder. "Eu fico zangado porque o Temer continua lutando, e a Dilma deixou o País cair nas mãos dessa gente sem lutar."

Para Ciro Gomes, colocar as Forças Armadas para enfrentar bandidos "é um equívoco grosseiro" porque "Exército é feito para matar o inimigo". Ele declarou que, após passar a sensação de segurança momentânea, o crime pode se espalhar para outros Estados, frustrando a intenção do governo com a intervenção.

Ceará

O ex-ministro, que já governou o Ceará, rechaçou a ideia de promover uma intervenção federal no Estado, para onde o governo enviou uma força-tarefa policial de segurança no último domingo. "Não, porque lá tem governo. (Os índices de homicídio) aumentaram bastante, mas o governo vai tomar conta", disse. O Estado é governado por Camilo Santana (PT), a quem Ciro apoia para reeleição neste ano.

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