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Intercâmbio dá oportunidade a pesquisadores de fármacos

Pesquisadores brasileiros serão treinados e poderão acompanhar projetos de desenvolvimento e pesquisa de medicamentos em três centros especializados no exterior


	Indústria farmacêutica: os pesquisadores vão retornar para o Brasil capacitados para ampliar, no futuro, o acesso da população a medicamentos inovadores
 (Abid Katib/Getty Images)

Indústria farmacêutica: os pesquisadores vão retornar para o Brasil capacitados para ampliar, no futuro, o acesso da população a medicamentos inovadores (Abid Katib/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 11h17.

Brasília – Pesquisadores brasileiros serão treinados e poderão acompanhar por, pelo menos um ano, projetos de desenvolvimento e pesquisa de medicamentos em três centros especializados no exterior: Cambridge, na Inglaterra; Paris, na França, e Frankfurt, na Alemanha.

O intercâmbio poderá ser feito a partir dos próximos meses, pelo Programa Ciência sem Fronteiras e a expectativa de especialistas e de autoridades do governo brasileiro é que o treinamento supra um déficit de conhecimento científico sobre pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, que ainda serão produzidos e que estão em fase de testes iniciais de segurança.

Na tarde de hoje (19), representantes do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) assinam parceria com o grupo farmacêutico francês Sanofi.

Pelo acordo, que está em estudo há seis meses, o grupo vai disponibilizar os centros de pesquisa especializados para a imersão dos pesquisadores e, em contrapartida, o governo federal vai arcar com as despesas do aluno, por meio de bolsas de estudo.

"O déficit nesse setor é muito grande e talvez esta seja uma das razões pela qual o Brasil não avançou em inovação tanto quanto outros países", avaliou Jaderson Lima, diretor de Alianças Médicas e Científicas da Sanofi.

Segundo ele, os pesquisadores vão retornar para o Brasil capacitados para assumir as pesquisas e contribuir para ampliar, no futuro, o acesso da população brasileira a medicamentos inovadores, desenvolvidos em território nacional.

"Se amanhã, a Sanofi ou qualquer empresa do setor quiser montar um centro na área pré-clínica no Brasil vai precisar de profissionais qualificados", explicou. De acordo com Lima, os pesquisadores selecionados serão treinados por, no mínimo, um ano no exterior.

"Esses profissionais vão ser treinados em projetos que já temos e que estão em curso. Não serão projetos hipotéticos. Eles vão trabalhar lado a lado com pesquisadores para que o treinamento seja o mais pragmáticos e eficiente possível", garantiu.


O processo de inscrição segue os padrões já definidos pelo programa brasileiro, que há mais de dois anos têm concedido bolsas para estudantes brasileiros que querem se especializar no exterior.

Lima disse que a programação do treinamento já foi concluída e que os centros estão prontos para receber os pesquisadores. Segundo ele, o início do intercâmbio depende, agora, da seleção dos candidatos.

Os pesquisadores brasileiros interessados têm que ter pós-graduação em nível de doutorado, para se inscrever nos editais de pós-doutorado pelo site do programa.

Jorge Almeida Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes), vinculada ao MEC, antecipou que a parceria deve atrair outras empresas do setor farmacoquímico e aumentar as oportunidades de especialização de profissionais brasileiros nessa área.

A meta do governo é conceder 101 mil bolsas, em diversas áreas, para estudantes brasileiros até 2015, sendo que 75 mil delas seriam bancadas pelo governo federal e o restante com ajuda da iniciativa privada.

Autoridades em educação e na área científica apostam que a oferta de bolsas de estudo para graduação, pós-graduação, doutorado e pós-doutorado em várias áreas de conhecimento, pode viabilizar mais rapidamente as inovações no país.

Neste caso específico da indústria farmacoquímica, a expectativa é que o treinamento aponte soluções de saúde inovadoras, que possam ser usadas no Brasil e no mundo para atender às necessidades dos pacientes.

Pelo Ciências sem Fronteira, os estudantes podem fazer estágio em outros países, aproximando-se de sistemas educacionais competitivos em relação a tecnologia e inovação. O programa também atrai pesquisadores do exterior que queiram estudar, por um tempo determinado, no Brasil.

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