Instituto FHC rejeita vínculo entre Odebrecht e "vantagens"
A informação de que o instituto recebeu um total de R$ 975 mil do grupo Odebrecht consta no laudo da PF sobre a Lava Jato
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2015 às 20h52.
São Paulo - Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira, 9, no perfil oficial do Facebook, o Instituto Fernando Henrique Cardoso afirmou julgar importante as investigações da Operação Lava Jato , da Polícia Federal, mas disse achar "estranha" a forma pela qual está sendo tratada a informação de que a entidade recebeu R$ 975 mil do grupo Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas.
Segundo o instituto, basta "o mais elementar bom senso" para se perceber que as doações não têm relação com obtenção de "vantagens governamentais".
"Basta o mais elementar bom senso para perceber o absurdo de supor que a doação feita à Fundação iFHC pudesse ter qualquer relação com o propósito de obter vantagens governamentais. Causa estranheza, portanto, que ela conste do relatório da PF que trata da corrupção na Petrobras", afirmou o instituto.
A informação de que o instituto recebeu um total de R$ 975 mil do grupo Odebrecht consta no laudo da Polícia Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, divulgado na sexta-feira, 6.
Conforme o documento, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, foram feitos 11 pagamentos mensais de R$ 75 mil e um de R$ 150 mil.
No laudo, os peritos incluíram a íntegra de uma troca de e-mails entre a secretaria da presidência do instituto, um representante de uma entidade identificada como 'APLA' e um executivo da área cultural sobre uma possível palestra do ex-presidente.
A conversa relaciona a palestra a um "suposto pagamento de valores por parte da Braskem" - petroquímica ligada à Odebrecht.
Segundo análise da PF, a troca de e-mails discute maneiras da Braskem fazer a doação. Entre as opções estavam a elaboração de um contrato de prestação de serviço ou uma doação direta.
"É possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados em função da limitação do presente laudo, ou ainda, que os referidos pagamentos tenham sido feitos por meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso", afirma o laudo da PF.
A nota divulgada nesta segunda pelo instituto não cita a análise da PF sobre a troca de e-mails. O texto reitera a informação, divulgada na nota enviada ao jornal O Estado de S.Paulo na última sexta-feira, 6, de que o valor se refere a doações recebidas entre o final de 2011 e o término de 2012 e destinadas ao fundo de manutenção da Fundação.
"O aporte, porém, nada têm a ver com as operações financeiras ora sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público na apuração de provas sobre o esquema de corrupção na Petrobras", afirmou o iFHC.
Auditoria
O texto do instituto afirma que o aporte feito pelo grupo Odebrecht , "assim como todas as demais doações recebidas de pessoas físicas e jurídicas, estão devidamente registradas nos demonstrativos financeiros e contábeis da Fundação iFHC, auditados pela PWC até 2014 e, a partir deste ano, pela Grant Thornton".
"Incluir essas doações no mesmo contexto de transações financeiras sob investigação é confundir fatos de naturezas inteiramente distintas, lançando suspeição infundada sobre uma entidade que atua de modo transparente e sob a supervisão da Curadoria de Fundações do Ministério Público de São Paulo", completou a nota.
Segundo o instituto, as doações ao fundo de manutenção da Fundação iFHC são essenciais ao desenvolvimento das suas atividades e programas.
Desde sua criação, em 2004, o instituto já realizou cerca de 300 seminários, conferências e mesas redondas, produziu aproximadamente 40 publicações e recebeu em torno de 40 mil estudantes em sua exposição sobre a história da redemocratização política e estabilização econômica do Brasil, diz o texto.
A assessora da presidência do instituto, Helena Gasparian, disse que o instituto decidiu divulgar uma segunda nota para esclarecer melhor o assunto e reiterar a posição de apoio às investigações da Operação Lava Jato.
Ela afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estava em aula nesta segunda e não poderia falar sobre o assunto.
São Paulo - Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira, 9, no perfil oficial do Facebook, o Instituto Fernando Henrique Cardoso afirmou julgar importante as investigações da Operação Lava Jato , da Polícia Federal, mas disse achar "estranha" a forma pela qual está sendo tratada a informação de que a entidade recebeu R$ 975 mil do grupo Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas.
Segundo o instituto, basta "o mais elementar bom senso" para se perceber que as doações não têm relação com obtenção de "vantagens governamentais".
"Basta o mais elementar bom senso para perceber o absurdo de supor que a doação feita à Fundação iFHC pudesse ter qualquer relação com o propósito de obter vantagens governamentais. Causa estranheza, portanto, que ela conste do relatório da PF que trata da corrupção na Petrobras", afirmou o instituto.
A informação de que o instituto recebeu um total de R$ 975 mil do grupo Odebrecht consta no laudo da Polícia Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, divulgado na sexta-feira, 6.
Conforme o documento, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, foram feitos 11 pagamentos mensais de R$ 75 mil e um de R$ 150 mil.
No laudo, os peritos incluíram a íntegra de uma troca de e-mails entre a secretaria da presidência do instituto, um representante de uma entidade identificada como 'APLA' e um executivo da área cultural sobre uma possível palestra do ex-presidente.
A conversa relaciona a palestra a um "suposto pagamento de valores por parte da Braskem" - petroquímica ligada à Odebrecht.
Segundo análise da PF, a troca de e-mails discute maneiras da Braskem fazer a doação. Entre as opções estavam a elaboração de um contrato de prestação de serviço ou uma doação direta.
"É possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados em função da limitação do presente laudo, ou ainda, que os referidos pagamentos tenham sido feitos por meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso", afirma o laudo da PF.
A nota divulgada nesta segunda pelo instituto não cita a análise da PF sobre a troca de e-mails. O texto reitera a informação, divulgada na nota enviada ao jornal O Estado de S.Paulo na última sexta-feira, 6, de que o valor se refere a doações recebidas entre o final de 2011 e o término de 2012 e destinadas ao fundo de manutenção da Fundação.
"O aporte, porém, nada têm a ver com as operações financeiras ora sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público na apuração de provas sobre o esquema de corrupção na Petrobras", afirmou o iFHC.
Auditoria
O texto do instituto afirma que o aporte feito pelo grupo Odebrecht , "assim como todas as demais doações recebidas de pessoas físicas e jurídicas, estão devidamente registradas nos demonstrativos financeiros e contábeis da Fundação iFHC, auditados pela PWC até 2014 e, a partir deste ano, pela Grant Thornton".
"Incluir essas doações no mesmo contexto de transações financeiras sob investigação é confundir fatos de naturezas inteiramente distintas, lançando suspeição infundada sobre uma entidade que atua de modo transparente e sob a supervisão da Curadoria de Fundações do Ministério Público de São Paulo", completou a nota.
Segundo o instituto, as doações ao fundo de manutenção da Fundação iFHC são essenciais ao desenvolvimento das suas atividades e programas.
Desde sua criação, em 2004, o instituto já realizou cerca de 300 seminários, conferências e mesas redondas, produziu aproximadamente 40 publicações e recebeu em torno de 40 mil estudantes em sua exposição sobre a história da redemocratização política e estabilização econômica do Brasil, diz o texto.
A assessora da presidência do instituto, Helena Gasparian, disse que o instituto decidiu divulgar uma segunda nota para esclarecer melhor o assunto e reiterar a posição de apoio às investigações da Operação Lava Jato.
Ela afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estava em aula nesta segunda e não poderia falar sobre o assunto.