Brasil

Indústria alerta que governo não pediu agulhas e seringas para vacinação

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde diz que sem o cronograma as entregas podem atrasar

 (Siphiwe Sibeko/Reuters)

(Siphiwe Sibeko/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 19h15.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 20h40.

Além de ter uma vacina aprovada e eficaz contra a covid-19, a imunização também passa por ter equipamentos de saúde, como seringas e agulhas, disponíveis nos postos de aplicação. A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde (Abimed) alerta que ainda não recebeu um cronograma do Ministério da Saúde sobre a vacinação e que estes dois itens essenciais podem atrasar.

Em entrevista exclusiva à EXAME, o presidente da Abimed, que representa 215 empresas no país, Fernando Silveira Filho, disse que as primeiras conversas com o setor foram feitas no meio do ano e depois não receberam mais nenhum pedido do governo federal.

Na previsão do Ministério da Saúde, a vacinação contra o coronavírus deve começar no país no fim de fevereiro. Mas o Plano Nacional de Vacinação só deve ocorrer após a aprovação de uma vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que deve demorar pelo menos 60 dias, segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

O presidente da Abimed ainda destaca que mesmo que não haja uma definição exata de quando a vacinação vai começar, a indústria precisa de alguns meses para atender a demanda atual e também a extra, da vacinação contra a covid-19. Veja os principais trechos da entrevista a seguir:

Como está o planejamento do setor para fornecer os insumos?

Os primeiros contatos de órgãos públicos foram feitos na segunda quinzena de julho e de agosto. E depois foram feitos alguns contatos e não necessariamente avançou. Não temos uma programação.

Há a possibilidade de faltar seringa e agulha no Brasil?

Não existe uma licitação formal. Não sabemos quais serão as vacinas, a quantidade de doses, quanto se dará essa vacina. Precisamos também saber os grupos etários, para fazer frente ao início da campanha e sabermos quanto será disponibilizado. É isso que vai determinar todo o cronograma. Essa é a grande preocupação da indústria para que exista esse planejamento de forma estruturada. Para que a gente tenha condições de entregar no tempo correto.

A indústria tem capacidade de atendimento?

O governo federal fala em 300 milhões de doses. É muito importante que este trabalho de cronograma seja desenvolvido a quatro mãos, sem gerar nenhuma pressão para que a gente possa atender e nos prazos. A indústria tem uma boa capacidade instalada, que não é usada em sua plenitude. A indústria está pronta para atender dentro dos padrões, desde que exista esta programação.

Como o tipo de vacina adotado pode afetar na produção de seringas e de agulhas?

Como não temos conhecimento técnico, não sabemos como vai ser a apresentação da vacina. Provavelmente vai ter pouca variedade de volumetria. Mas precisamos saber que existe este planejamento conjunto, saber as especificidades. E tudo isso feito de forma faseada, ao longo do ano. Assim conseguiremos preparar toda a logística para os pontos de entrega.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusMinistério da Saúde

Mais de Brasil

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo

Sobe para 41 número de mortos em acidente em Minas Gerais

Avião cai em Gramado, na Serra Gaúcha, e não deixa sobreviventes

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos