Brasil

Índios suspendem bloqueio em canteiro de Belo Monte

A Norte Energia, responsável pela construção e operação da usina hidrelétrica, se comprometeu em ressarcir danos aos índios

Obras da Belo Monte: o diretor da Norte Energia, Roberto Camilo Oliveira, ouviu os índios em suas reivindicações e afirmou que o projeto não está na região para prejudicar (Valter Campanato/ABr)

Obras da Belo Monte: o diretor da Norte Energia, Roberto Camilo Oliveira, ouviu os índios em suas reivindicações e afirmou que o projeto não está na região para prejudicar (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 10h20.

Cuiabá - Após reunião que durou mais de quatro horas na quarta-feira, a empresa Norte Energia S/A, responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHBM), reconheceu perdas de índios da etnia Juruna e se comprometeu em ressarcir danos.

Lideranças indígenas aceitaram acordo e liberaram o acesso ao sítio Pimental, canteiro onde está sendo construída a casa de força auxiliar da hidrelétrica.

A empresa firmou acordo reconhecendo as perdas sofridas pelos índios durante os meses de novembro e dezembro, quando a cor da água impediu a prática da captura de peixes artesanais nas aldeias Paquiçamba, Muratu e Furo Seco.

A atividade é uma das principais fontes de renda dos índios.

Depois do acordo assinado por assessores da Norte Energia, seis líderes indígenas, além de Roberto Camilo Oliveira, diretor da Norte Energia, e Francisco Brasil, representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), representantes de três aldeias indígenas da etnia Juruna aceitaram liberar a estrada conhecida como Travessão 27, que dá acesso ao sítio Pimental.

O bloqueio começou na segunda-feira na estrada Travessão 27 a quatro quilômetros da entrada do sítio Pimental. Segundo a Polícia Militar, 15 ônibus foram impedidos de entrar na obra.

No local trabalham cerca de quatro mil pessoas. A reunião da quarta-feira foi a segunda e começou por volta das 16 horas, com negociações que se estenderam por mais de quatro horas.


Segundo a assessoria da Norte Energia, "as compensações ambientais, sejam elas de qual natureza forem, estão previstas no Projeto Básico Ambiental do componente indígena (PBA-CI), documento que determina projetos e ações mitigadoras para a área de influência da construção da barragem".

E ainda de acordo com a nota "a captura de peixes artesanais é uma situação nova, mas que nem por isso deixou de ser resolvida com respeito e equilíbrio, disse o diretor socioambiental da Norte Energia, Roberto Camilo Oliveira".

Reunião

A segunda reunião entre as lideranças indígenas e a diretoria da Norte foi realizada na quarta-feira às margens do Travessão do km 27, no ponto onde estava montado o bloqueio feito pelos índios.

O diretor da Norte Energia, Roberto Camilo Oliveira, ouviu os índios em suas reivindicações e deixou claro, mais uma vez, que o projeto Belo Monte está na região para somar, e não para prejudicar ninguém. "O importante é que foi um acordo bom para a empresa e bom para os índios. A tolerância e paciência com que lidemos com a situação mostra que a Norte Energia respeita os povos indígenas e suas especificidades", reforçou Camilo Oliveira.

A reunião foi intermediada pelo representante da Funai, Francisco Brasil. "O fato de ouvir os índios e suas reivindicações mostra a atenção da empresa (Norte Energia) para a região e suas transformações", resumiu. Com a liberação da pista, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pela execução das obras da hidrelétrica, já convocou os trabalhadores para retomarem suas atividades.

Acompanhe tudo sobre:Belo MonteEnergia elétricaIndígenasUsinas

Mais de Brasil

Letalidade policia cresce 188% em 10 anos; negros são as principais vítimas, aponta Anuário

⁠Violência doméstica contra a mulher cresce 9,8% no Brasil, aponta Anuário de Segurança Pública

As marcas de celular mais roubadas no Brasil, segundo Anuário de Segurança Pública

As 5 cidades com as maiores taxas de roubo e furto de celular, segundo Anuário

Mais na Exame