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Indignação com corrupção motivou protestos, avalia conselho

O governo avaliou que a indignação com a corrupção, e não com a gestão da presidente, foi o principal motivo das manifestações de domingo


	Protesto no Rio de Janeiro: "um ponto precisa ser ressaltado: a legítima indignação dos brasileiros com a corrupção", disse o ministro da Justiça
 (REUTERS/Sergio Moraes)

Protesto no Rio de Janeiro: "um ponto precisa ser ressaltado: a legítima indignação dos brasileiros com a corrupção", disse o ministro da Justiça (REUTERS/Sergio Moraes)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 21h09.

Brasília - Na primeira reunião do núcleo político ampliado com seus três novos integrantes - os ministros Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Gilberto Kassab (Cidades) -, o governo avaliou que a indignação com a corrupção, e não com a gestão da presidente Dilma Rousseff, foi o principal motivo das manifestações de domingo.

"Um ponto precisa ser ressaltado: a legítima indignação dos brasileiros com a corrupção. É legítimo que, ao tomar conhecimento de fatos, brasileiros fiquem indignados. O governo apoia investigações e reitera que quem praticou ilícitos deve ser punido", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Apesar da tentativa de afastar o Palácio do Planalto do foco principal dos protestos, foi uma mudança de tom em relação à interpretação feita no domingo de que os manifestantes que lideraram os protestos eram eleitores da oposição que perdeu as eleições presidenciais de 2014.

Tanto que o autor dessa avaliação, ministro Miguel Rosseto (Secretaria-Geral da Presidência), não acompanhou Cardozo na entrevista coletiva após o encontro desta segunda-feira, 16. Em seu lugar, esteve o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB).

Com isso, a presidente quis não só afastar a tese por ele defendida no domingo, mas também dar sinais claros de que depende do PMDB para tentar aprovar os projetos de ajuste fiscal no Congresso, conforme manifestado na reunião que durou quatro horas.

Dilma elogiou Braga e Padilha, aos quais atribuiu os recentes sucessos nas votações do Congresso e depois escolheu a dedo os dois auxiliares que deveriam participar da entrevista coletiva que falaria sobre a reunião.

Optou por um do PT e outro do PMDB, justamente para simbolicamente representar a aliança que está no poder e tentar passar aos repórteres a ideia de que há coesão entre os dois partidos.

Apesar de Dilma tentar "vender" para os meios de comunicação a ideia de que no momento PT e PMDB vivem em harmonia, não é isso que está ocorrendo.

Renan Calheiros, por exemplo, recusou-se ontem a ir à cerimônia de sanção da reforma do Código Civil. Mandou dizer que estava em Alagoas.

Mas chegou em Brasília no meio da tarde, e poderia ter ido. Há cerca de dez dias Renan boicotou jantar de Dilma com os dirigentes do PMDB. Alegou que é presidente de um Poder e que o jantar era com o partido. Melhor ficar de fora, justificou-se. Depois, disse que a base de Dilma é "capenga".

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