Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski
Ministro destaca rigor no trabalho da PF que revelou plano golpista
Agência de notícias
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 22h17.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira, 19, que os indícios contra quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal (PF) são “fortíssimos”. Eles estão presos preventivamente sob suspeita de planejar o assassinato do presidenteLuiz Inácio Lula da Silvae do vice-presidenteGeraldo Alckmin, além de consolidar um golpe de Estado.
Declarações de Lewandowski
“Os indícios da prática desses crimes são fortíssimos, até porque a prisão preventiva exige, primeiramente, a constatação da materialidade do crime. E isso foi constatado”, disse Lewandowski. Segundo o ministro, os fatos colocam em risco não apenas as instituições republicanas, mas também a vida dos cidadãos brasileiros.
Presos e acusações
A operação foi batizada de Contragolpe e revelou a atuação de militares das Forças Especiais do Exército e um agente da PF. A lista inclui o general da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo, além do agente da PF Wladimir Matos Soares.
Os militares, conhecidos como “kid pretos”, são especializados em táticas de elite. O general Fernandes atuou no governo de Jair Bolsonaro como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência. Já o agente da PF é suspeito de fornecer informações ao grupo.
Plano contra ministros e autoridades
Entre os alvos do grupo estava o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator de processos ligados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo as investigações, os envolvidos chegaram muito próximos de materializar seus intentos criminosos, monitorando as imediações do apartamento de Moraes em Brasília.
O planejamento do golpe teria ocorrido entre novembro e dezembro de 2022, nomeado pelos investigados como Operação Copa 2022.
Reação de Lula
Lewandowski revelou que o presidente Lula ficou “surpreso” ao ser informado. “Ele não podia imaginar que poderia ser vítima fatal desses agentes criminosos”, relatou o ministro.
Lula, que retornou de compromissos do G20 no Rio de Janeiro, ainda não se pronunciou oficialmente. Nesta quarta-feira, o presidente recebe o líder chinês Xi Jinping em Brasília.
Próximos passos das investigações
As investigações continuam, inclusive quanto ao envolvimento de aliados de Jair Bolsonaro, como o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. Lewandowski pontuou que uma reunião na casa do general pode ser decisiva para apurar responsabilidades.
"É muito grave que pessoas formadas pelo Estado, para o emprego lícito da violência, pratiquem atentados contra o próprio Estado. Isso é inadmissível", concluiu o ministro.