Inadimplência não será tão baixa em 2011, prevê LCA
Em novembro, o índice de pessoas com contas em atraso caiu ao menor nível desde julho de 2001
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2010 às 14h54.
São Paulo - A inadimplência dos consumidores tem uma correlação direta com o desempenho do mercado de trabalho, o que explica o baixo índice de calotes em 2010. Porém, o cenário tende a piorar um pouco com as previsões de desaceleração econômica no ano que vem.
A avaliação é do economista da LCA Consultores Douglas Uemura, que participou nesta quinta-feira (23) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“O mercado de trabalho tem mostrado um desempenho acima do esperado. Apesar dos indicativos de moderação da atividade econômica, notadamente da indústria, as contratações - em especial em serviços - seguem muito fortes. Além disso, o aumento do rendimento médio dos trabalhadores também é bastante significativo”, explica Uemura.
Dados do Banco Central apontam que o índice de pessoas com contas em atraso acima de 90 dias caiu para 5,9% em novembro, o menor nível desde julho de 2001 (veja quadro abaixo com a evolução dos índices em 2010). “A gente acredita que, com a moderação do mercado de trabalho, a inadimplência pare de cair e tenha uma pequena elevação em 2011”, diz o economista da LCA.
Em novembro, a taxa média de juros para pessoas físicas caiu para 39,1% ao ano, menor patamar desde o início do Plano Real. “O spread bancário caiu no mês passado. O desempenho positivo do mercado de trabalho tem estimulado a concessão de crédito por parte dos bancos.”, diz Uemura.
Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, basta clicar na imagem ao lado), o economista comenta a expectativa de alta dos juros no ano que vem e analisa a competição entre os bancos públicos e os privados.
Veja evolução da inadimplência dos consumidores (acima de 90 dias) em 2010:
Mês/2010 | Inadimplência |
---|---|
Janeiro | 7,5% |
Fevereiro | 7,2% |
Março | 7,0% |
Abril | 6,8% |
Maio | 6,8% |
Junho | 6,5% |
Julho | 6,3% |
Agosto | 6,2% |
Setembro | 6,0% |
Outubro | 6,0% |
Novembro | 5,9% |