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Importadores de máquinas temem protecionismo do governo

“Quem nos garante que esta postura protecionista não será empregada para resguardar outros setores da competição dos produtos importados?”, questiona associação do setor

Contêineres de importação em Santos: setor de máquinas está preocupado (Egberto Nogueira/VEJA/VEJA)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 20h11.

São Paulo – A alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros importados causou preocupação nos importadores de bens de capital, que temem sofrer o mesmo problema.

Na semana passada, o governo federal anunciou a elevação em 30 pontos percentuais da alíquota do IPI para veículos importados ou que não atendam a novos requisitos de conteúdo nacional.

“Quem nos garante que esta postura protecionista não será empregada para resguardar outros setores da competição dos produtos importados”, diz Ennio Crispino, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (ABIMEI).

“O governo demonstrou falta de sensibilidade ao alterar as regras da importação de automóveis sem se preocupar com os importadores que estão com estoques elevados e veículos já embarcados para o país”, diz o executivo.

O presidente de ABIMEI reconhece que o setor de máquinas importadas pode até ser beneficiado no curto prazo com um possível aumento de investimentos das montadoras em equipamentos mais modernos, mas “a medida (do governo) configura-se como a volta ao passado do protecionismo e a prática comum de aumento de impostos”.


Embora o governo não tenha sinalizado que pretende elevar impostos para as máquinas importadas, Crispino já expõe os argumentos contrários a eventuais medidas. “Sem máquinas e equipamentos importados de alta tecnologia, dificilmente as montadoras, grandes fabricantes de autopeças e seus principais fornecedores conseguirão oferecer veículos e componentes de qualidade, com custos competitivos. Somente a indústria nacional de bens de capital não é capaz de suprir essas necessidades”.

O executivo diz que há espaço no mercado para as máquinas brasileiras e as importadas, pois as nacionais são de média complexidade tecnológica, enquanto as produzidas no exterior são de alta ou de baixa complexidade.

“É uma questão de escala, o Brasil não tem volume para fabricar máquinas de alta tecnologia ou de baixa complexidade, porque o preço destas máquinas é ditado pelo mercado internacional.”

O presidente da associação dos importadores de equipamentos salienta ainda que os fabricantes nacionais já são beneficiados com juros subsidiados (taxas de 5,5% ao ano pelo Finame PSI contra 25% em média para máquina importada), e diz que os produtores brasileiros importam componentes para fabricar máquinas que depois são exportadas, “o que melhora a qualidade tecnológica destes produtos”.

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São Paulo – A alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros importados causou preocupação nos importadores de bens de capital, que temem sofrer o mesmo problema.

Na semana passada, o governo federal anunciou a elevação em 30 pontos percentuais da alíquota do IPI para veículos importados ou que não atendam a novos requisitos de conteúdo nacional.

“Quem nos garante que esta postura protecionista não será empregada para resguardar outros setores da competição dos produtos importados”, diz Ennio Crispino, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (ABIMEI).

“O governo demonstrou falta de sensibilidade ao alterar as regras da importação de automóveis sem se preocupar com os importadores que estão com estoques elevados e veículos já embarcados para o país”, diz o executivo.

O presidente de ABIMEI reconhece que o setor de máquinas importadas pode até ser beneficiado no curto prazo com um possível aumento de investimentos das montadoras em equipamentos mais modernos, mas “a medida (do governo) configura-se como a volta ao passado do protecionismo e a prática comum de aumento de impostos”.


Embora o governo não tenha sinalizado que pretende elevar impostos para as máquinas importadas, Crispino já expõe os argumentos contrários a eventuais medidas. “Sem máquinas e equipamentos importados de alta tecnologia, dificilmente as montadoras, grandes fabricantes de autopeças e seus principais fornecedores conseguirão oferecer veículos e componentes de qualidade, com custos competitivos. Somente a indústria nacional de bens de capital não é capaz de suprir essas necessidades”.

O executivo diz que há espaço no mercado para as máquinas brasileiras e as importadas, pois as nacionais são de média complexidade tecnológica, enquanto as produzidas no exterior são de alta ou de baixa complexidade.

“É uma questão de escala, o Brasil não tem volume para fabricar máquinas de alta tecnologia ou de baixa complexidade, porque o preço destas máquinas é ditado pelo mercado internacional.”

O presidente da associação dos importadores de equipamentos salienta ainda que os fabricantes nacionais já são beneficiados com juros subsidiados (taxas de 5,5% ao ano pelo Finame PSI contra 25% em média para máquina importada), e diz que os produtores brasileiros importam componentes para fabricar máquinas que depois são exportadas, “o que melhora a qualidade tecnológica destes produtos”.

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