Impeachment sem base legal é golpe, diz Dilma
A presidente voltou a negar veementemente que irá renunciar ao cargo e garantiu que o ex-presidente Lula irá fazer parte do governo
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2016 às 20h07.
São Paulo - Em entrevista a correspondentes estrangeiros em Brasília, a presidente Dilma Rousseff disse, de acordo com o jornal El País, da Espanha, que o processo de impeachment que tramita contra ela no Congresso é antidemocrático e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer parte do governo, na Casa Civil ou como assessor.
"Nós tivemos golpes de Estado militares em nossa história. Em um sistema democrático, estes golpes mudam de modo. Cada regime tem o seu tipo de golpe. A Constituição garante direitos e em um golpe você subverte esses direitos e perverte a ordem democrática. E isso é perigoso. Sem base legal, este processo é um golpe contra a democracia. E as consequências disso não as sabemos, porque não temos a capacidade de prever o futuro", disse Dilma.
A presidente defendeu também que o processo de impeachment "está baseado em algo legalmente muito débil". A petista voltou a negar veementemente que irá renunciar ao cargo.
"Pedem que eu renuncie para evitar o peso de tirar de forma ilegal, indevida e criminal uma presidenta eleita. Pensam que devo estar muito afetada, que devo estar completamente desestruturada, muito pressionada. Mas não estou assim, não sou assim."
Dilma também atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Para evitar que a Câmara o investigasse, ele quis negociar com o governo: se nós não votássemos contra essa investigação, colocaria em marcha o processo. Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República porque encontraram cinco contras dele na Suíça. Não sou eu quem diz isso: é a Procuradoria-Geral da República."
Em relação à polêmica nomeação de Lula ao cargo de chefe da Casa Civil, Dilma disse que os opositores querem criar um problema onde não há.
"O que se passa é que Lula iria fortalecer meu governo e os partidários do 'quanto pior, melhor' não querem que isso aconteça. A história é que estamos tentando que ele venha. Agora, lhes digo uma coisa: ou ele vem como ministro ou como um assessor, de uma maneira ou de outra. Vamos trazê-lo para ajudar o governo. Não há nenhuma maneira de impedi-lo", disse Dilma.
O El País informa que a entrevista completa será divulgada nesta sexta-feira.
São Paulo - Em entrevista a correspondentes estrangeiros em Brasília, a presidente Dilma Rousseff disse, de acordo com o jornal El País, da Espanha, que o processo de impeachment que tramita contra ela no Congresso é antidemocrático e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer parte do governo, na Casa Civil ou como assessor.
"Nós tivemos golpes de Estado militares em nossa história. Em um sistema democrático, estes golpes mudam de modo. Cada regime tem o seu tipo de golpe. A Constituição garante direitos e em um golpe você subverte esses direitos e perverte a ordem democrática. E isso é perigoso. Sem base legal, este processo é um golpe contra a democracia. E as consequências disso não as sabemos, porque não temos a capacidade de prever o futuro", disse Dilma.
A presidente defendeu também que o processo de impeachment "está baseado em algo legalmente muito débil". A petista voltou a negar veementemente que irá renunciar ao cargo.
"Pedem que eu renuncie para evitar o peso de tirar de forma ilegal, indevida e criminal uma presidenta eleita. Pensam que devo estar muito afetada, que devo estar completamente desestruturada, muito pressionada. Mas não estou assim, não sou assim."
Dilma também atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Para evitar que a Câmara o investigasse, ele quis negociar com o governo: se nós não votássemos contra essa investigação, colocaria em marcha o processo. Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República porque encontraram cinco contras dele na Suíça. Não sou eu quem diz isso: é a Procuradoria-Geral da República."
Em relação à polêmica nomeação de Lula ao cargo de chefe da Casa Civil, Dilma disse que os opositores querem criar um problema onde não há.
"O que se passa é que Lula iria fortalecer meu governo e os partidários do 'quanto pior, melhor' não querem que isso aconteça. A história é que estamos tentando que ele venha. Agora, lhes digo uma coisa: ou ele vem como ministro ou como um assessor, de uma maneira ou de outra. Vamos trazê-lo para ajudar o governo. Não há nenhuma maneira de impedi-lo", disse Dilma.
O El País informa que a entrevista completa será divulgada nesta sexta-feira.