Dilma Rousseff: "uma campanha eleitoral num regime democrático não é uma guerra, não tem vencido", disse a presidente (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 13h53.
Brasília - Sob ataque da oposição, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira que não cabe no Brasil desta década um impeachment de presidente da República. "Acho que tem de saber perder, essa história de querer provocar impeachment a cada virada do ponteiro do relógio é um pouco ultrapassada, eu diria. É ultrapassado porque cabia no Brasil dos anos 1980, dos anos 1990, não cabe no Brasil desta década", comentou Dilma durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Após o resultado das eleições presidenciais de outubro, milhares de manifestantes foram às ruas das maiores cidades brasileiras pedir o impeachment da presidente. O PSDB entrou na semana passada com ação de investigação judicial para tentar cassar o registro de candidatura de Dilma.
"Uma campanha eleitoral num regime democrático não é uma guerra, não tem vencido. Tem quem vai ser governo, quem vai ser oposição. É isso que tem. E daí a quatro anos, muda ou se mantém. É isso que é uma campanha eleitoral. Quem ganha tem um desafio, tem de governar para todos, não pode ser mesquinho, se apequenar", disse Dilma.
A presidente destacou a relação mantida com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também foi reeleito. "O Alckmin é o governador de São Paulo, foi eleito pelos eleitores paulistas, é governador de todos os paulistas, então eu tenho de tratar ele assim." No dia 4 de dezembro, Alckmin participou no Palácio do Planalto de solenidade, ao lado da presidente, de assinatura de contratos de infraestrutura urbana. Na ocasião, assinou um contrato que garantirá o financiamento de R$ 2,6 bilhões às obras do Sistema Produtor São Lourenço.
Na última quinta-feira (18), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, descartou durante a cerimônia de diplomação de Dilma a possibilidade de que qualquer ação na Justiça seja capaz de impedir o exercício do próximo mandato pela petista.