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Identificação de corpos em Paris deve demorar 4 meses

Informação é do presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo AF-447, Nelson Faria Marinho

O presidente da associação discorda do relatório preliminar divulgado no fim de maio pelo BEA, que apontou uma falha técnica no sensor de velocidade, conhecido como pitot (AFP)

O presidente da associação discorda do relatório preliminar divulgado no fim de maio pelo BEA, que apontou uma falha técnica no sensor de velocidade, conhecido como pitot (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2011 às 15h44.

Rio de Janeiro - Depois de identificados, os 104 restos mortais de vítimas do voo 447, que começaram a chegar hoje a Paris, serão entregues às famílias. De acordo com o presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo AF-447, Nelson Faria Marinho, os trabalhos de identificação devem durar cerca de quatro meses.

O prazo, segundo ele, foi informado pelo Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil (BEA, na sigla em francês) durante reunião com os familiares ontem, em Paris. Marinho, que continua na capital francesa, representou as famílias brasileiras ao lado do diretor da associação, Maarten Von Slujis. Além de obter informações sobre a identificação, ambos pretendiam questionar as autoridades francesas.

O presidente da associação discorda do relatório preliminar divulgado no fim de maio pelo BEA, que apontou uma falha técnica no sensor de velocidade, conhecido como pitot, como a origem dos eventos que provocaram o acidente. "Houve um defeito de fabricação naquela aeronave", afirmou. Na reunião, segundo Marinho, a reclamação não foi levada em conta. "Alegaram que não estava em pauta e, por isso, não poderiam falar sobre o assunto".

No mês passado, advogados brasileiros e franceses ingressaram com ações conjuntas nos dois países processando Air France e Airbus pelo acidente. No Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), a ação foi ajuizada em 10 de maio, e está sendo analisada pela 14ª Vara Cível. Eles pedem indenização por danos morais e materiais e apontam o desenho e o funcionamento da aeronave como as principais causas do acidente.

Os advogados representam 16 famílias francesas e a brasileira Angela de Oliveira Pereira. Os filhos dela, uma menina de 11 anos e um rapaz de 18, perderam o pai no acidente, o italiano Luigi Zortea. "Quem mantinha nossa família era o Luigi. Se eu não tivesse uma forma de nos sustentar, como estariam meus filhos? Eles (Air France) ficam fazendo homenagens aos familiares, mas na hora de resolverem as questões de fato, nada fazem", disse.

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