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Huck diz que quer sair de zona de conforto e contribuir para o debate

Em sua fala, o apresentador manteve sua postura de "virtual" candidato, sem esclarecer se tem ou não intenção de se candidatar

Luciano Huck: o apresentador se diz "uma cabeça pensante de soluções" e que é favorável à conciliação e ao diálogo (Sandra Blaser/WEF/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de setembro de 2020 às 16h28.

O apresentador Luciano Huck participou do encerramento do Global Retail Show 2020, em que fez críticas pontuais ao governo, sem endereçá-las especificamente, e defendeu reformas estruturais, mantendo uma postura de "virtual" candidato, como na última eleição presidencial .

Perguntado sobre esse "eventual desafio", Huck disse que é uma "pessoa curiosa", que andou por todo o País e que a "resposta sincera que pode dar agora" é que não quer ser uma figura passiva e quer sair da zona de conforto, o que não quer dizer candidatura a nada "neste momento".

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"Ninguém é rico no Brasil enquanto houver tanta desigualdade. Não quero me acovardar em achar que eu tenho a solução, ou pelo menos posso apontar para ela e ficar na minha zona de conforto, na minha casa, protegido nos muros da minha casa. Eu estou no debate público, eu acho que isso não quer dizer que é candidatura de nada, a qualquer coisa neste momento. Eu quero participar e contribuir do debate como eu puder. Neste momento, há uma convocação geracional de que a gente tem que se aproximar da política", disse.

O apresentador também repetiu uma avaliação de Abilio Diniz , fundador da Penínsulas Participações, também presente ao evento, de que não é preciso fazer política pela vida inteira. "O Abilio serviu ao País durante dez anos. Servir no Brasil é servir água. Tem que bater palma para quem quer servir", afirmou. "Eu acho que meu papel neste momento é potencializar as ideias, fazer curadoria de gente, para que possamos apresentar para o País, não personalizando em mim, um projeto, o País não tem projeto. A gente precisa ter um plano, um sonho maior", completou.

Em sua fala inicial, Huck disse que queria ressaltar as coisas boas que aconteceram durante a pandemia do novo coronavírus, como o bom desempenho do agronegócio e do comércio, mas mencionou que houve "gestão temerária" em relação à pandemia. "Não vamos falar das 135 mil mortes na gestão temerária dessa crise sanitária."

O apresentador afirmou ainda que "é uma cabeça pensante de soluções" que é favorável à conciliação e ao diálogo. "Fico muito preocupado quando nacionalismo exacerbado é tomado por um lado ou por outro."

Focando bastante no tema da desigualdade, disse que é um dever essa luta, mas que o Estado tem papel preponderante. Segundo o apresentador, as reformas administrativa e tributária são fundamentais para possibilitar que o Estado tenha condições para acolher a todos que precisam. Huck ainda destacou o papel do auxílio emergencial, que, conforme ele, salvou o País nesta crise e ressaltou o Bolsa Família, dizendo que um terço dos alunos que ganharam medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática era beneficiário do programa.

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