Alto custo de hotéis refletem diretamente nas passagens aéreas, o que gera dificuldade para atrair o turista estrangeiro (Oscar Cabral/Veja)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2011 às 08h53.
Rio de Janeiro - "Planejava ficar um mês no Brasil, mas, quando vi os preços, resolvi ficar a metade do tempo." O comentário feito pelo canadense Cory Augustyn, 32 anos, no Rio de Janeiro resume a percepção crescente entre estrangeiros que visitam o País ou que nem chegam a vir repelidos pelos custos crescentes. Quem tenta reservar um hotel nas principais cidades do País se surpreende. Hoje é mais caro se hospedar no Rio do que em Tóquio, e São Paulo está acima de Berlim.
Num ranking feito pela agência virtual Hoteis.com, o Rio é a 10.ª cidade com a hospedagem mais cara, em uma lista de 50 destinos. Numa outra comparação, por classe de hotel, nas categorias duas, quatro e cinco estrelas, o Rio só perde para Nova York. Considerando-se apenas os três estrelas, a acomodação em Jerusalém também é mais salgada do que na capital fluminense.
A diferença entre as listas ocorre porque no Rio, ao contrário de outras cidades, grande parte dos hotéis reservados pertence a categorias mais baixas, puxando o preço médio geral para baixo. No entanto, o alto custo dos hotéis tem tido reflexo direto nos negócios das companhias aéreas que voam para o País. Algumas relatam que está difícil atrair o turista estrangeiro. "Infelizmente, a política hoteleira hoje no Brasil é de tarifas muito acima do normal. Isso impossibilita um pouco (a vinda de turistas), porque o custo fica muito elevado para o passageiro internacional", avalia o executivo da área comercial da Copa Airlines, Leandro Horta.
Grande parte dos altos preços se explica pelo descompasso existente entre oferta e demanda. O próprio presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Enrico Fermi, sentiu na pele o problema. Há duas semanas, em uma viagem de última hora ao Rio, ele se viu sem acomodação e teve que dormir na casa de um amigo.
"Em função da pequena oferta de hoje e da procura ser muito forte, você tem preços maiores", explica. Ele afirma que, por causa da escassez de leitos, o Rio já está deixando de receber uma série de eventos. Um plano, porém, prevê a construção de 10 mil quartos na cidade até a Copa do Mundo de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.