Haverá resistência em caso de impeachment, diz líder do MTST
O líder do Movimento dos Trabalhadores sem-teto alertou que haverá uma "resistência muito forte" contra o que chamou de "golpe de Estado" que visa o impeachment
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2016 às 16h44.
São Paulo - O líder do Movimento dos Trabalhadores sem-teto (MTST), Guilherme Boulos, alertou nesta sexta-feira que haverá uma "resistência muito forte" contra o que chamou de "golpe de Estado" que visa o impeachment da presidente Dilma Rousseff , embora também tenha se mostrado contra a política do governo e a considere "indefensível".
Em entrevista à Agência Efe, Boulos ressaltou que o MTST não está nas ruas para defender Dilma, mas para protestar contra o "golpe" e contra o que alega ser "uma escalada de intolerância fascista que ameaça a democracia".
O principal dirigente do MTST criticou a política econômica do governo Dilma, que considerou de "direita", e advertiu à presidente que, se continuar com um programa que ele afirma ser liberal, "será tão enfrentada nas ruas" quanto o vice-presidente Michel Temer.
Dilma, acrescentou, "parece sofrer da síndrome de Estocolmo".
"Quanto mais batiam da direita, mais girava à direita. Ela passou um ano e meio tentando desesperadamente que a direita fosse sua amiga, e a direita continua querendo derrubar esse governo", afirmou.
"Se Dilma passar por esse processo, seu governo permanecer e ela mantiver a política que estava aplicando, esse governo não terá condições sociais e políticas de ir até 2018. Nesse caso, não merece ir até o final", ressaltou.
Para Boulos, "não há motivos para defender" o governo Dilma, mas as pessoas "sabem o risco que a democracia sofre e o que representaria um governo Temer".
O líder do MTST se mostrou convicto de que o vice-presidente, primeiro na linha de sucessão, tem nas mãos um "projeto de retrocesso histórico" que pode "acabar com os subsídios e os programas sociais".
"Crer que isso vai acontecer no Brasil sem uma resistência é algo ilusório. Fazer isso e pensar que a sociedade vai se acalmar e todos vão ficar bem é uma ilusão de quem não conhece a história dos movimentos sociais no Brasil", disse.
"Haverá resistência e será um momento de conflito social no Brasil", frisou.
Boulos foi denunciado recentemente por PSDB e DEM por "incitação ao crime" após declarar que, se avançar o processo de impeachment de Dilma, o Brasil será "incendiado por greves, ocupações e mobilizações" e que "não haverá um dia de paz".
O líder do MTST considerou "escandaloso" que dois partidos tentem "criminalizar" os movimentos sociais e ressaltou que "há uma direita fascista cheia de raiva nas ruas".
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"Sentiram o golpe. Pensaram que era carnaval, mas perceberam que a resistência vai ser muito forte e não será tranquilo. Nas ruas, o jogo está ficando equilibrado", alegou.
Para Boulos, o Brasil está se "aproximando" da Venezuela "no pior dos sentidos", já que, segundo ele, a direita brasileira está assumindo os "métodos golpistas da venezuelana".
"No Brasil, temos um governo acovardado que não fez nenhum enfrentamento e temos uma direita tão violenta quanto a venezuelana", acrescentou Boulos.
Neste cenário, ele disse considerar que a esquerda brasileira "precisa de um novo projeto", no qual não está incluído o PT.
"A alternativa é a luta social. É hora de fortalecer a luta contra os privilégios do país e radicalizar a democracia", acrescentou.
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São Paulo - O líder do Movimento dos Trabalhadores sem-teto (MTST), Guilherme Boulos, alertou nesta sexta-feira que haverá uma "resistência muito forte" contra o que chamou de "golpe de Estado" que visa o impeachment da presidente Dilma Rousseff , embora também tenha se mostrado contra a política do governo e a considere "indefensível".
Em entrevista à Agência Efe, Boulos ressaltou que o MTST não está nas ruas para defender Dilma, mas para protestar contra o "golpe" e contra o que alega ser "uma escalada de intolerância fascista que ameaça a democracia".
O principal dirigente do MTST criticou a política econômica do governo Dilma, que considerou de "direita", e advertiu à presidente que, se continuar com um programa que ele afirma ser liberal, "será tão enfrentada nas ruas" quanto o vice-presidente Michel Temer.
Dilma, acrescentou, "parece sofrer da síndrome de Estocolmo".
"Quanto mais batiam da direita, mais girava à direita. Ela passou um ano e meio tentando desesperadamente que a direita fosse sua amiga, e a direita continua querendo derrubar esse governo", afirmou.
"Se Dilma passar por esse processo, seu governo permanecer e ela mantiver a política que estava aplicando, esse governo não terá condições sociais e políticas de ir até 2018. Nesse caso, não merece ir até o final", ressaltou.
Para Boulos, "não há motivos para defender" o governo Dilma, mas as pessoas "sabem o risco que a democracia sofre e o que representaria um governo Temer".
O líder do MTST se mostrou convicto de que o vice-presidente, primeiro na linha de sucessão, tem nas mãos um "projeto de retrocesso histórico" que pode "acabar com os subsídios e os programas sociais".
"Crer que isso vai acontecer no Brasil sem uma resistência é algo ilusório. Fazer isso e pensar que a sociedade vai se acalmar e todos vão ficar bem é uma ilusão de quem não conhece a história dos movimentos sociais no Brasil", disse.
"Haverá resistência e será um momento de conflito social no Brasil", frisou.
Boulos foi denunciado recentemente por PSDB e DEM por "incitação ao crime" após declarar que, se avançar o processo de impeachment de Dilma, o Brasil será "incendiado por greves, ocupações e mobilizações" e que "não haverá um dia de paz".
O líder do MTST considerou "escandaloso" que dois partidos tentem "criminalizar" os movimentos sociais e ressaltou que "há uma direita fascista cheia de raiva nas ruas".
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Para Boulos, o Brasil está se "aproximando" da Venezuela "no pior dos sentidos", já que, segundo ele, a direita brasileira está assumindo os "métodos golpistas da venezuelana".
"No Brasil, temos um governo acovardado que não fez nenhum enfrentamento e temos uma direita tão violenta quanto a venezuelana", acrescentou Boulos.
Neste cenário, ele disse considerar que a esquerda brasileira "precisa de um novo projeto", no qual não está incluído o PT.
"A alternativa é a luta social. É hora de fortalecer a luta contra os privilégios do país e radicalizar a democracia", acrescentou.
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