Haddad quer fazer moradias em local de favela incendiada
Plano da administração municipal é construir 500 unidades habitacionais na Favela do Piolho e oferecê-las às famílias afetadas pelo incêndio
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 13h30.
São Paulo - O prefeito Fernando Haddad (PT) informou nesta quarta-feira, 10, que desapropriará o terreno onde antes estava Favela do Piolho, no Campo Belo, zona sul da capital paulista.
O plano da administração municipal é construir 500 unidades habitacionais e oferecê-las às famílias afetadas pelo incêndio , que destruiu o local no domingo passado, 7.
"Ontem, tomamos uma decisão. Pretendemos desapropriar aquele terreno onde houve o incêndio para construir 500 unidades habitacionais", disse Haddad.
Enquanto o trâmite de desapropriação não é oficializado e as obras não começarem, o prefeito afirmou que concederá bolsa-aluguel aos moradores da área.
A proposta será apresentada nesta quarta aos moradores, com a orientação de que eles não ocupem novamente o terreno e aguardem a construção das moradias.
O prefeito esclareceu que a desapropriação acontecerá no âmbito da Operação Urbana Água Espraiada. O terreno só não havia sido incluído na operação anteriormente porque estava ocupado pelas famílias, disse Haddad.
O prefeito acredita que o processo de desapropriação e construção das moradias se estenda entre 18 e 24 meses.
Um incêndio de causas ainda desconhecidas destruiu quase a totalidade de casas e barracos da Favela do Piolho, localizada na Avenida Jornalista Roberto Marinho.
As chamas se espalharam rapidamente, e só houve tempo para que os moradores saíssem de casa e salvassem parte dos pertences.
Essa foi a segunda vez em dois anos que a comunidade foi destruída em razão de um incêndio. Em setembro de 2012, ocorrência similar havia sido registrada.
O Ministério Público Estadual (MPE) informou na segunda-feira, 8, que pretendia acionar criminalmente a Prefeitura na Justiça.
A intenção do MPE era explicada por uma suposta falta de providências da Prefeitura em evitar o crescimento da comunidade, que já apresentava sinais de que incêndios podiam se repetir, e em oferecer habitação adequada aos moradores.
Um inquérito civil é conduzido para apurar a regularidade da ocupação na área.