Haddad propõe carta contra fake news e Bolsonaro o chama de canalha
Fernando Haddad (PT) propõe carta compromisso contra notícias falsas, mas Jair Bolsonaro (PSL) não deve assinar e sugere má fé do petista
Clara Cerioni
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 18h22.
Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 19h43.
São Paulo - Após a visita semanal ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (8) o candidato do PT, Fernando Haddad , propôs um protocolo ético ao adversário, candidato do PSL, Jair Bolsonaro , para que a campanha neste segundo turno não seja pautada por notícias falsas, as fake news.
“Vamos propor uma carta compromisso contra as fake news. Vamos ver se eles assinam. No último dia de campanha (sexta-feira, 5) conseguimos que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tirasse do ar 35 notícias falsas contra mim e contra a minha vice (Manuela d'Ávila). E foram notícias que se propagaram pelas redes sociais”, afirmou.
Bolsonaro, porém, sugeriu, em sua conta no Twitter que o petista está usando de má fé ao propor o protocolo.
“O pau mandado de corrupto me propôs assinar "carta de compromisso contra mentiras na internet". O mesmo que está inventando que vou aumentar imposto de renda pra pobre. É um canalha! Desde o início propomos isenção a quem ganha até R$ 5.000. O PT quer roubar até essa proposta", disse pela rede social nesta tarde.
Prática do primeiro turno
Um estudo do Instituto para Internet de Oxford, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo analisou o compartilhamento de notícias de conteúdo político no Twitter no cenário pré-eleitoral brasileiro.
Os pesquisadores analisaram as “junk news”, ou notícia de baixa qualidade. Isso inclui não só notícias falsas mas também publicações excessivamente polarizadas com intuito de confundir o leitor sem indicar, por exemplo, a autoria ou o corpo editorial da plataforma de publicação.
Do total do espectro de fontes de “junk news” monitorado, 81% são compartilhadas por apoiadores de Bolsonaro. Atrás vêm os apoiadores da candidatura do PT, que usaram 54% das fontes, de Geraldo Alckmin (24%), do PSDB, e Ciro Gomes (8%), do PDT.