Brasil

Haddad desapropria 61 "Pacaembus" para estatizar garagens

Juntos, os terrenos expropriados somam 433,2 mil metros quadrados


	Ônibus parados em garagem de SP: objetivo é facilitar a concorrência dos interessados em disputar a concessão do sistema de transportes na capital
 (Nacho Doce/Reuters)

Ônibus parados em garagem de SP: objetivo é facilitar a concorrência dos interessados em disputar a concessão do sistema de transportes na capital (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 10h32.

São Paulo - O prefeito Fernando Haddad (PT) publicou nesta quinta-feira, 5, no Diário Oficial da Cidade 12 decretos de utilidade pública para desapropriar garagens de ônibus na capital paulista.

Juntos, os terrenos expropriados somam 433,2 mil metros quadrados, uma área equivalente a 61 campos de futebol com a metragem do que existe no Estádio do Pacaembu, na zona oeste da cidade.

Com a medida, a Prefeitura tem o objetivo de facilitar a concorrência dos interessados em disputar a concessão do sistema de transportes na capital.

O novo edital que define as regras administrativas e operacionais para a rede deve ser lançado ainda neste semestre. A gestão petista ainda não sabe por quantos anos concederá o serviço para as empresas ou consórcios vencedores do certame.

No domingo, 1, Haddad disse que espera um capitalismo concorrencial para o setor, em vez do modelo atual, "patrimonialista". Hoje, o serviço concedido de coletivos na cidade está nas mãos de poucas famílias, como Ruas, Belarmino e Saraiva.

As empresas são as próprias donas das garagens onde estacionam, consertam e abastecem os veículos. Dessa forma, em caso de uma nova licitação, concorrentes de fora ficariam potencialmente em desvantagem, já que não têm assegurados terrenos para colocar a frota (que tem quase 15 mil veículos, entre empresas e cooperativas).

"Hoje em São Paulo eu diria a você que é impossível (conseguir um terreno para construir uma garagem). Não tem problema a garagem ser até concedida, mas ela não pode ficar ao bel prazer do empresário, que pode vender para um empreendimento imobiliário. Isso é que não dá mais para conviver, é muito risco para o sistema", disse o prefeito.

Não foram divulgadas estimativas dos custos das desapropriações. O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, explicou que a declaração de utilidade pública das garagens não obriga a Prefeitura a desapropriá-las imediatamente, dando-lhe um prazo de cinco anos para esse fim.

"O importante é que você garante que este imóvel não será comercializado, inclusive para outras atividades. Aí, agora, fazemos com calma, verificando a disponibilidade de recursos da Prefeitura, garagens estratégicas. Fica a critério do orçamento e da necessidade real da Prefeitura", afirmou ele no mesmo dia.

Existem cerca de 20 garagens de ônibus na capital paulista. Das que foram publicadas nos decretos desta quinta-feira, 5, a maior tem 94,1 mil metros quadrados e fica no Tremembé, na zona norte da capital paulista. Os outros terrenos estão em distritos como Mandaqui e Cachoeirinha, na zona norte, Raposo Tavares e Jaguaré, na zona oeste, Parque do Carmo e Itaquera, na zona leste, e Grajaú, na zona sul.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasMetrópoles globaisÔnibussao-pauloTransporte públicoTransportes

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'