Brasil

Há chance de derrotar o governo agora, diz FHC

Em entrevista à revista IstoÉ, FHC afirmou que o governo tem recursos enormes e exposição permanente e achava muito difícil que houvesse uma mudança


	Fernando Henrique Cardoso: segundo ele, a oposição feita no Congresso não repercute mais
 (Divulgação)

Fernando Henrique Cardoso: segundo ele, a oposição feita no Congresso não repercute mais (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2014 às 13h16.

São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que, há dois anos, não acreditava na possibilidade de uma derrota eleitoral do governo, mas hoje acha possível transformar o "mal-estar" da sociedade em algo que tenha "consequência eleitoral".

Em entrevista à revista IstoÉ, FHC afirmou que o governo tem recursos enormes e exposição permanente e achava muito difícil que houvesse uma mudança. "Hoje existe um mal-estar no País. Isso favorece a oposição. Por isso, acho que temos grandes chances", afirmou.

FHC também apontou a pouca visibilidade da oposição como um obstáculo à mudança. Segundo ele, a oposição feita no Congresso não repercute mais. "Quando eu era senador, meus discursos eram publicados na íntegra nos jornais. Isso não acontece mais. Foi se perdendo o elo do Congresso com a sociedade". Para o ex-presidente, o mesmo ocorreu com outras instituições, como os sindicatos e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Ele disse ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "sabia manejar o Congresso" - "não da maneira correta, pois o mensalão ninguém pode apoiar" - mas que a atual presidente, Dilma Rousseff, não sabe.

Economia

O tucano também afirmou que o governo petista persistiu no estímulo ao consumo e não olhou para outros lados, como, por exemplo, o desenvolvimento econômico do País. Segundo Fernando Henrique, o governo levou muito tempo para entender que, para reativar o investimento, precisaria ter capital público e privado.

Segundo ele, o PT acredita que se muda o Brasil ocupando o Estado e controlando mais, sobretudo a economia, enquanto o PSDB acredita que é preciso não ocupar o Estado e ter uma "relação maior com a sociedade". Mas, para FHC, há similaridades entre os dois partidos. "Na política monetária, por exemplo, o PT pode ter errado aqui ou ali, mas não mudaram o que vinha sendo feito", afirmou. "O juro não baixou como devia, é verdade. Mas isso é algo técnico. Ninguém está discutindo, na essência, a função do Banco Central."

Petrobras

FHC negou que tenha sido cogitada a privatização da Petrobras durante seu governo. "Queríamos a competição e tirar a influência partidária", disse, citando também o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Para o tucano, Dilma está sofrendo as consequências da gestão Lula na estatal.

Bolsa Família

Fernando Henrique Cardoso disse que todos são a favor da distribuição de renda e outros governos só não fizeram isso porque não tinham como. Ele voltou a dizer que as bolsas (escola e alimentação) surgiram durante seu mandato e afirmou que a política de sustentação do salário mínimo começou no governo de Itamar Franco.

Campanha

FHC diz que Dilma não fala com o País como Lula e defende "simpatia" de candidato tucano à Presidência. "O Aécio pode falar. Jeitão ele tem. Mas precisa dizer alguma coisa que faça ele chegar lá". O ex-presidente disse que a união do partido, os bons palanques regionais e a grande rejeição ao PT em São Paulo aumentam a chance de uma vitória do PSDB.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2014Fernando Henrique CardosoOposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSDB

Mais de Brasil

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”