Aécio Neves é o nome tucano que vai disputar as eleições com Dilma Rousseff (Nélio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), cobrou, em palestra durante Congresso Estadual, em São Paulo, que o partido escolha o candidato a presidente da República "antes do tempo" e defendeu o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como o nome tucano à sucessão de Dilma Rousseff.
"Não podemos esperar até a última hora", disse na noite desta segunda-feira. "Eu defendo o nome do ex-governador Aécio Neves, que é o mais qualificado neste instante para ser pré-candidato. Temos chance de disputar a eleição e vencer", disse Guerra, depois de conclamar uma renovação dos quadros do PSDB.
Guerra pediu ainda aos militantes que unifiquem o discurso e eliminem as convicções de que o PSDB é um partido de elite. "Se temos quadros bons, de qualidade, melhor para nós. Mas que estejam integrados. Não tem que ter elite no PSDB, é preciso uma executiva nova no PSDB", afirmou o presidente nacional tucano.
Para Guerra, o candidato do PSDB à sucessão de Dilma precisa ser escolhido em prévias, como defende, segundo ele, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. "Não tem essa de não fazer prévias, não tem essa de não ouvir", declarou.
Guerra criticou o governo federal e afirmou que há uma saturação de medidas populistas, como a redução na conta de luz em um cenário de queda na balança comercial e de baixo crescimento. "A marca do PT é a utilização da máquina pública na eleição. Eles usam a máquina sem nenhuma cerimônia", completou. No entanto, admitiu, ao cobrar maior participação das mulheres no PSDB, a vantagem do PT. "Não pode é que o PT tenha 50% dos cargos com mulheres e nós do PSDB não tenhamos."
Ainda nas críticas ao PT, Guerra foi enfático no posicionamento do governo em relação ao mensalão. "Será possível que a presidente da República vai para uma reunião com um cara que foi condenado há uma semana", disse sobre a reunião de quarta-feira (20) do PT em São Paulo, onde Dilma deve encontrar o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão.
Críticas
Durante o debate, o fundador e dirigente do PSDB Evandro Losacco escancarou as divergências entre os tucanos em Minas Gerais e São Paulo. "Estou incomodado com o discurso antipaulista criado nos últimos anos.
São Paulo tem de ser respeitado e o gesto maior dos que apoiam Aécio é reconhecer a força de São Paulo", disse. "São Paulo não é vingativo e não vamos fazer como Minas fez nos últimos anos, que não apoiou nosso candidato", completou.
"Não tem essa de PSDB de São Paulo e de Minas Gerais. Isso é falso e inventado contra nós pelos adversários", rebateu Guerra. "Nunca vi um eleitor deixar de votar em Geraldo Alckmin, José Serra porque era paulista. Acho que nossa campanha não inspirou o brasileiro de uma maneira geral e não tivemos aqui em São Paulo uma vitória que deveríamos ter tido", admitiu.
Ainda segundo ele, se o candidato a presidente da República for viável em São Paulo, tem 10% de chance de ser eleito, pela importância da cidade e do Estado. "Fizemos bela campanha em São Paulo, mas o PT sobreviveu com a vitória aqui, o que prova a importância daqui", avaliou o líder tucano, citando as derrotas do PT em várias capitais, como em Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e do Nordeste.