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Grupo de jovens acampa em avenida do Leblon

O movimento "Ocupe Delfim Moreira" começou na noite de sexta-feira e promete mobilização até esta segunda-feira, 24, de manhã

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2013 às 19h26.

Rio - Um grupo de jovens passou a madrugada deste sábado acampado na Avenida Delfim Moreira, na orla do Leblon (zona sul), próximo ao edifício onde mora o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), na quadra da praia da Rua Aristides Espínola. Na pauta do protesto, reivindicação de melhorias em saúde e educação, crítica aos altos investimentos nas obras para a Copa e a defesa da criação de uma CPI do transporte público.

O movimento "Ocupe Delfim Moreira" começou na noite de sexta-feira e promete mobilização até esta segunda-feira, 24, de manhã. A manifestação surgiu de forma espontânea, após a passeata que terminou nas proximidades do apartamento do governador. A estimativa do número foi feita pelo ator Zeca Richa, que participou da organização do projeto e criou uma comunidade no Facebook para mobilizar mais manifestantes.

No Facebook, o manifesto do movimento pede explicações sobre o patrimônio do governador. Até o início da tarde deste sábado, o governador não havia comentado a manifestação. A assessoria de imprensa não informou se Cabral estava em casa.

Segundo Richa, 20 pessoas amanheceram no local sábado. Pela manhã, mais gente foi chegando. A maioria dos manifestantes é jovem. Moradores do bairro mais rico do Rio paravam para observar o protesto.


"Viemos com a passeata de ontem (21), até a casa do governador. Mas não foi possível chegar porque uma via pública foi bloqueada", disse Richa. O trecho da Rua Aristides Espínola próximo à orla da praia estava fechado por policiais. Os manifestantes elogiaram a ação da Polícia Militar, que apenas acompanhou a "ocupação".

O tráfego na Avenida Delfim Moreira se reduziu a uma das três pistas, com cones interditando o restante. Os manifestantes pediam aos motoristas para buzinar em solidariedade e eram atendidos por alguns. Foram armadas duas barracas de camping e espalhados colchões. De manhã, os ativistas receberam água mineral, frutas e biscoitos de moradores do bairro.

"Isso é um ato simbólico, porque a gente está manifestando na Delfim Moreira, um dos IPTUs mais caros do Brasil", afirmou Pedro Casarin, ator. Desde o primeiro dia de passeatas pela revogação do aumento das passagens de ônibus, entre várias outras reivindicações, o governador e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), são os alvos principais dos manifestantes. A cada confronto com a polícia, as críticas a Cabral aumentam.

O protesto do "Ocupa Delfim Moreira" até a tarde de ontem não havia registrado incidentes. Um cordão de policiais impediu que os jovens chegassem à porta de Cabral. Na manhã deste sábado, um carro da Tropa de Choque passou algumas hora no local, mas saiu às 9h30.

Na Praia de Copacabana, o movimento Rio de Paz fez manifestação para reivindicar investimentos em saúde, educação e segurança pública no que classificaram como "padrão Fifa", em referência aos altos investimentos com os grandes eventos como a Copa.

Foram colocadas na areia 500 bolas de futebol que representam, segundo Antônio Carlos Costa, fundador do movimento, "meio milhão de brasileiros assassinados nos últimos dez anos". Os manifestantes, que começaram a chegar a Copacabana antes das 7h e não fizeram passeata. Ao meio-dia, chutaram as bolas para o alto.

Costa comentou o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, na noite de sexta-feira. "O reconhecimento de que, entre outras coisas, o País carece de escolas, hospitais, segurança `padrão Fifa', atende de modo especial parte das reivindicações. Preocupa-nos, contudo, o fato de ela ter falado da violência de saqueadores e vândalos, o que é justo, mas não ter mencionado com a mesma ênfase a necessidade de as forças policiais não cometerem abuso", disse o fundador do Rio de Paz no Facebook.

"É sintomático o fato de as manifestações terem ocorrido em plena Copa das Confederações. O brasileiro não aceita ter havido tamanha vontade política para construção de campos de futebol sofisticados, num cenário de escolas e hospitais em péssimas condições e profunda desigualdade social", completou.

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