Correios: greve ocorre em meio a crise financeira da estatal (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 22h05.
Última atualização em 23 de dezembro de 2025 às 22h14.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (FENTECT) afirmou que 17 sindicatos filiados rejeitaram a proposta dos Correios e aprovaram uma greve a partir das 22h desta terça-feira, 23.
A paralisação será por tempo indeterminado. Os servidores afirmam que retornarão aos postos de trabalho quando as reivindicações forem atendidas.
Os trabalhadores seguiram a orientação da FENTECT e recusaram o acordo apresentado pela diretoria da estatal durante uma reunião de conciliação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A expectativa é que o movimento aprovado por parte dos sindicatos tenham mais força após as assembleias desta terça.
A greve aprovada na semana passada teve adesão de apenas 9% dos funcionários após a decisão da ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho, determinar que os trabalhadores dos Correios deveria manter 80% do efetivo em atividade durante a paralisação.
A manutenção da greve ocorre em meio ao processo da empresa para buscar um empréstimo de R$ 12 bilhões para cobrir prejuízos.
O SINTECT de Alagoas não aceitou a proposta, mas descartou entrar em greve.
Outros 16 sindicatos filiados a federação aprovaram a proposta e não entraram de greve:
A proposta dos Correios para os servidores foi de um reajuste salarial de 5,13%, com vigência a partir de janeiro de 2026. O pagamento será realizado a partir de abril de 2026, incluindo o retroativo referente aos meses de janeiro, fevereiro e março.
A reposição integral da inflação, com aplicação de 100% do INPC no período de agosto de 2025 a julho de 2026, a ser incorporada aos salários a partir de 1º de agosto de 2026.
Os reajustes salariais incidem sobre todas as cláusulas com impacto econômico, incluindo benefícios e a função motorizada (MV), garantindo o direito a toda categoria.
Segundo a Federação, a proposta manteve o pagamento de 70% das férias, agora assegurada claramente. No acordo anterior, esse direito não era pleno, pois previa pagamento proporcional.
Outra garantia foi a manutenção da entrega matutina. Os sindicatos afirmam que a reivindicação é importante para preservar melhores condições de saúde, segurança e organização da jornada de trabalho, impedindo mudanças que poderiam gerar impactos negativos aos trabalhadores.
A proposta também garante o plano de saúde dos trabalhadores nos moldes atuais, com os Correios permanecendo como mantenedores.
O acordo coletivo teria vigência por dois anos.