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Greve de agentes paralisa 97 prisões em SP, diz Sindicato

No interior de São Paulo, houve manifestações dos agentes pela manhã em diversas delas, como na Penitenciária 2, de Presidente Venceslau


	Penitenciária de Presidente Bernardes (SP): apenas o atendimento de emergência de saúde e de alimentação está liberado
 (Márcia Alves/Cultura/Estado de SP/Divulgação)

Penitenciária de Presidente Bernardes (SP): apenas o atendimento de emergência de saúde e de alimentação está liberado (Márcia Alves/Cultura/Estado de SP/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2015 às 14h07.

Presidente Venceslau - A greve dos agentes penitenciários de São Paulo, iniciada no fim de semana, atinge 97 das 163 unidades prisionais do Estado, informou o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo, nesta segunda-feira, 20.

"A nossa expectativa é de que até o final do dia cerca de 100 unidades, pelo menos, já tenham aderido ao movimento", afirmou. "É a maneira que encontramos mostrar que a situação de tensão e insegurança dentro dos presídios e de cobrar do governo o cumprimento dos acordos que ele fez com os trabalhadores na greve de 2014", completou o sindicalista.

Cerca de 35 mil agentes trabalham nas unidades prisionais paulistas. No interior de São Paulo, onde está a maioria, houve manifestações dos agentes pela manhã em diversas delas, como na Penitenciária 2, de Presidente Venceslau, onde estão detidas as principais lideranças da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com a greve, alguns advogados foram barrados nas portarias da P2, assim como oficiais de Justiça, que não foram atendidos pelos agentes para entregar intimações. A greve também suspendeu a remoção de detentos para audiências em fóruns e a entrada de psicólogos e assistentes sociais para atendimento dos detentos.

Apenas o atendimento de emergência de saúde e de alimentação está liberado.

Segundo o Sindasp, as remoções e recebimento de detentos dentro do sistema penitenciário também estão suspensas, inclusive de cadeias públicas e de plantões para os Centros de Detenção Provisória (CDPs), o que nos próximos dias poderá causar a superlotação das cadeias.

Já a visita de familiares para o próximo fim de semana somente será decidida na quinta-feira, 23, quando comissão se reúne para discutir o assunto.

Em algumas penitenciárias, como nas de Presidente Prudente, Dracena e Presidente Bernardes, a greve também paralisou as atividades profissionais dos detentos, realizadas em barracões que empresas mantêm dentro das unidades em convênio com o Estado.

O trabalho reduz a pena e garante ao preso um pecúlio para quando deixar o presídio. Já os presos de algumas unidades de semiaberto, como de Valparaíso, puderam sair para trabalhar.

Assassinato e espancamentos

A greve estava programada para ter início na manhã desta segunda-feira, mas foi antecipada para sábado, 18, e domingo, 19, por causa do assassinato do agente Rodrigo Ballera Miguel Lopes, de 33 anos, do CDP de Campinas, morto a tiros na última quinta-feira, 16, e espancamento de outros quatro agentes - um no CDP-4 de Pinheiros e outros três na Penitenciária de São José dos Campos.

Só neste ano oito agentes foram assassinados. Os atentados e execuções, segundo os líderes sindicais, são praticados a mando do PCC.

Entre as reivindicações, os líderes sindicais pedem o acautelamento de armas e coletes à prova de balas para que os agentes possam se proteger fora do horário de trabalho, reposição de perdas inflacionários e o pagamento do Bônus de Resultado Penitenciário (BRP) e o arquivamento dos processos disciplinares contra 32 grevistas, ambos prometidos pelo governo durante a greve de 2014.

SAP. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) ainda não tem levantamento sobre a situação, o que poderá ocorrer no período da tarde, quando então deverá se manifestar sobre o movimento.

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