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Greve da PM gera crise na Bahia e 94 mortos no Estado

Os grevistas ocuparam a sede da Assembleia Legislativa e o local foi cercado por 1.000 homens do Exército

Além do Exército, homens da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar estão nas proximidades da Assembleia (Haroldo Abrantes/SECOM)
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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 18h35.

São Paulo - A duas semanas do Carnaval, a Bahia sofreu nesta segunda-feira pelo sexto dia seguido uma crise gerada pela greve de policiais militares que tem sido marcada por um grande número de homicídios no período, 94 desde a última terça-feira.

Mais de 3 mil tropas federais foram mobilizadas para tentar sufocar o protesto e garantir a segurança da população e dos milhares de turistas esperados para passar o Carnaval no Estado.

Os grevistas ocuparam a sede da Assembleia Legislativa e o local foi cercado por 1.000 homens do Exército, que entraram em confronto com manifestantes que tentaram entrar no local nesta segunda.

Membros das Forças Armadas usaram balas de borracha e bombas de gás para dispersar os manifestantes, que queriam se juntar a cerca de 200 policiais militares e seus familiares que ocuparam a Assembleia estadual.

O governo do Estado diz que está negociando com os grevistas, que, liderados pela Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), pedem reajuste salarial, aumento das gratificações e anistia aos participantes da paralisação.
A greve, de acordo com estimativas da Polícia Militar do Estado, atingiu cerca de 20 por cento da força de 31 mil homens.

"Estamos com duas frentes de negociação. Uma em relação à desocupação (da Assembleia), e outra em relação ao movimento", disse à Reuters o secretário de Comunicação do governo baiano, Robinson Almeida.

Segundo o secretário, a administração do governador Jacques Wagner (PT) já ofereceu reajuste salarial de 6,5 por cento retroativo a 1o de janeiro e está aberta a negociar as gratificações.


Uma anistia, no entanto, está descartada. O governo argumenta que, como a Justiça da Bahia emitiu 12 mandatos de prisão contra líderes do movimento, Wagner não tem como anistiar os grevistas.

Turismo

A crise na segurança do Estado ameaça prejudicar o setor turístico antes do Carnaval. O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu um alerta a seus cidadãos em que os aconselha a reconsiderarem quaisquer viagens não-essenciais ao Estado até que a situação de segurança se estabilize.

"Estamos apreensivos porque, se isto continua, podemos ter cancelamentos futuros e pode haver um impacto no número de turistas que vêm para o Carnaval", disse Maria Ângela Ballalai de Carvalho, vice-presidente da Agência Brasileira de Agências de Viagens (Abav). Segundo ela, por enquanto ainda não houve cancelamentos.

Os sites do governo do Estado na Internet estavam fora do ar nesta segunda-feira. O grupo de hackers Anonymous afirmou em sua conta no Twitter que a saída dos sites do ar era resultado de um ataque do grupo, que recentemente também atingiu sites de bancos brasileiros.

A Secretaria de Comunicação do governo do Estado, no entanto, negou que as páginas do governo na Internet tenham sido alvo de ataques e afirmou que a saída dos sites do ar se deveu a uma queda de energia.

Maior operação da história

Por conta da crise no Estado, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, foram no sábado à Bahia, que conta atualmente com 3.200 homens das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal para fazer o policiamento e cuidar de aeroportos.

A mobilização de tropas federais para contornar a crise na Bahia é a maior deste tipo já realizada no país, segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa, superando inclusive o envio de tropas federais para pacificar o Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, no final de 2010.

De acordo com o Ministério da Defesa, o contingente pode ser rapidamente elevado para cerca de 3.800 homens. Além disso, helicópteros, tanques e veículos blindados das Forças Armadas estão atuando no Estado, principalmente em Salvador, Ilhéus e Feira de Santana.

Salvador será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e pode também receber jogos da Copa das Confederações, evento-teste do Mundial que será disputado em junho do ano que vem.

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Mais de 3 mil tropas federais foram mobilizadas para tentar sufocar o protesto e garantir a segurança da população e dos milhares de turistas esperados para passar o Carnaval no Estado.

Os grevistas ocuparam a sede da Assembleia Legislativa e o local foi cercado por 1.000 homens do Exército, que entraram em confronto com manifestantes que tentaram entrar no local nesta segunda.

Membros das Forças Armadas usaram balas de borracha e bombas de gás para dispersar os manifestantes, que queriam se juntar a cerca de 200 policiais militares e seus familiares que ocuparam a Assembleia estadual.

O governo do Estado diz que está negociando com os grevistas, que, liderados pela Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), pedem reajuste salarial, aumento das gratificações e anistia aos participantes da paralisação.
A greve, de acordo com estimativas da Polícia Militar do Estado, atingiu cerca de 20 por cento da força de 31 mil homens.

"Estamos com duas frentes de negociação. Uma em relação à desocupação (da Assembleia), e outra em relação ao movimento", disse à Reuters o secretário de Comunicação do governo baiano, Robinson Almeida.

Segundo o secretário, a administração do governador Jacques Wagner (PT) já ofereceu reajuste salarial de 6,5 por cento retroativo a 1o de janeiro e está aberta a negociar as gratificações.


Uma anistia, no entanto, está descartada. O governo argumenta que, como a Justiça da Bahia emitiu 12 mandatos de prisão contra líderes do movimento, Wagner não tem como anistiar os grevistas.

Turismo

A crise na segurança do Estado ameaça prejudicar o setor turístico antes do Carnaval. O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu um alerta a seus cidadãos em que os aconselha a reconsiderarem quaisquer viagens não-essenciais ao Estado até que a situação de segurança se estabilize.

"Estamos apreensivos porque, se isto continua, podemos ter cancelamentos futuros e pode haver um impacto no número de turistas que vêm para o Carnaval", disse Maria Ângela Ballalai de Carvalho, vice-presidente da Agência Brasileira de Agências de Viagens (Abav). Segundo ela, por enquanto ainda não houve cancelamentos.

Os sites do governo do Estado na Internet estavam fora do ar nesta segunda-feira. O grupo de hackers Anonymous afirmou em sua conta no Twitter que a saída dos sites do ar era resultado de um ataque do grupo, que recentemente também atingiu sites de bancos brasileiros.

A Secretaria de Comunicação do governo do Estado, no entanto, negou que as páginas do governo na Internet tenham sido alvo de ataques e afirmou que a saída dos sites do ar se deveu a uma queda de energia.

Maior operação da história

Por conta da crise no Estado, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, foram no sábado à Bahia, que conta atualmente com 3.200 homens das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal para fazer o policiamento e cuidar de aeroportos.

A mobilização de tropas federais para contornar a crise na Bahia é a maior deste tipo já realizada no país, segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa, superando inclusive o envio de tropas federais para pacificar o Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, no final de 2010.

De acordo com o Ministério da Defesa, o contingente pode ser rapidamente elevado para cerca de 3.800 homens. Além disso, helicópteros, tanques e veículos blindados das Forças Armadas estão atuando no Estado, principalmente em Salvador, Ilhéus e Feira de Santana.

Salvador será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e pode também receber jogos da Copa das Confederações, evento-teste do Mundial que será disputado em junho do ano que vem.

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