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Grande acerto, diz Jungmann sobre convocação das Forças Armadas

De acordo com o ministro da Defesa, haverá uma reunião com o presidente Michel Temer na manhã desta quinta para avaliar se a medida será revogada

Forças Armadas: com a decisão de Temer, as Forças Armadas recebem poder de polícia até o próximo dia 31 (Paulo Whitaker/Reuters)

Forças Armadas: com a decisão de Temer, as Forças Armadas recebem poder de polícia até o próximo dia 31 (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2017 às 10h08.

São Paulo - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse na manhã desta quinta-feira, 25, que a decisão de convocar as Forças Armadas para atuar durante a manifestação de quarta-feira, 24,em Brasília "foi um grande acerto".

Ainda de acordo com Jungmann, haverá uma reunião com o presidente Michel Temer na manhã desta quinta para avaliar se a polêmica medida - que foi criticada pela oposição no Congresso e por alguns juristas - será revogada.

"Se o comandante da área, general Ferreira Gomes, informar que estamos em tranquilidade, que não existe nenhum foco de resistência, que não existe possibilidade de retornar ao clima anterior, obviamente daremos a sugestão ao presidente que seja revogada", afirmou o ministro em entrevista à rádio CBN.

Com a decisão de Temer, que foi anunciada por Jungmann na tarde desta quarta-feira, as Forças Armadas recebem poder de polícia até o próximo dia 31.

A decisão de decretar a chamada Garantia de Lei e Ordem (GLO) só pode ser feita por ordem expressa do presidente em caso onde há esgotamento dos órgãos de segurança pública.

"Acho que foi um grande acerto. O que estávamos assistindo ali era uma perda de controle progressiva", disse o ministro, justificando a decisão.

"Tínhamos incêndios em prédios de ministérios, servidores apavorados e encurralados dentro desses prédios, e tínhamos uma situação que estava fugindo do controle, não sei onde ia parar", afirmou.

Questionado se a Polícia Militar do Distrito Federal estava preparada para conter os manifestantes, o ministro afirmou que a PM "fez o seu trabalho", mas disse acreditar que "ela não conseguiu dar conta da violência e da quantidade de manifestantes violentos que lá estiveram".

Jungmann insistiu que as Forças Armadas foram instruídas para "atuar de forma defensiva" e lembrou que a GLO foi a mesma usada durante a Olimpíada no ano passado - além de ter sido implementada nas rebeliões nos presídios em Natal, no Rio Grande do Norte e durante a greve dos policiais no Espírito Santo.

O ministro afirmou que pode pedir indenização pela depredação dos ministérios. "Tem que ser identificados os responsáveis por esse tipo de vandalismo. Se se identificar que tem organizações, centrais ou indivíduos, tem que cobrar. É patrimônio público, pertence ao povo brasileiro e não é aceitável. Isso não tem nada a ver com manifestação democrática", disse.

No anúncio da decisão, durante coletiva nesta quarta, Jungmann afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), era quem havia pedido a intervenção diante da violência dos manifestantes na Esplanada dos Ministérios.

O anúncio, porém, parece ter criado um mal estar com o presidente da Casa, que afirmou ter pedido apoio da Força Nacional apenas para o entorno do prédio da Câmara. Jungmann disse que, na noite de quarta, ligou para Maia.

"Ele estava presidindo a sessão e ficou de conversar comigo", explicou o ministro, que disse que, da sua parte, "não houve mentira nenhuma".

"Ao chegar no Palácio, a informação que eu tinha era que o presidente (da Câmara) tinha solicitado uma ação das Forças Armadas e, depois, o que se verificou é que ele tinha solicitado a Força Nacional de Segurança", afirmou.

Ainda de acordo com o ministro, a Força Nacional tinha "pouco mais de 100 homens". "Era insuficiente para conter os atos de vandalismo."

O decreto de Temer foi visto com preocupação por alguns juristas e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que disse "esperar que a notícia não fosse verdadeira" durante a sessão plenária na Corte.

Protestos

O ato em Brasília, que pedia a renúncia do presidente, terminou com pessoas feridas, prédios depredados, pontos de ônibus destruídos, fogo ateado em banheiros químicos e manifestantes presos.

Até a noite desta quarta-feira, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal não havia informado o efetivo usado pela polícia. Números oficiais indicavam 49 feridos, entre eles, um por arma de fogo, confirmado pela secretaria.

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