Governo quer usar CPI da Petrobras para atingir Campos
Segundo fontes, governo estuda uma estratégia para ganhar tempo na CPI com depoimentos repetidos
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 19h05.
Brasília - Além de uma investigação no Congresso de um suposto cartel de trens e metrôs que pode atingir políticos do PSDB, o governo estuda uma estratégia para ganhar tempo na CPI da Petrobras com depoimentos repetidos e para atingir o pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos , disse à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto nesta quinta-feira.
A estratégia está começando a ser montada e os primeiros movimentos foram vistos durante esta quinta, depois que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, concedeu, na véspera, liminar a pedido da oposição para que seja instalada uma CPI exclusiva para investigar denúncias contra a estatal.
Numa das frentes, os senadores governistas, que até então lutavam para evitar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, mudaram de posição e decidiram acelerar os passos para instalação da investigação política e usá-la para atingir a gestão de Campos como governador de Pernambuco.
Esse seria uma parte da estratégia que está sendo discutida no Palácio do Planalto, segundo a fonte que falou sob condição de anonimato.
Numa outra frente, os governistas pretendem instalar uma CPI mista, com deputados e senadores, para investigar um suposto cartel de empresas que atuou no sistema de trens e metrôs de São Paulo e do Distrito Federal. O governo quer usar essa investigação para atingir políticos da oposição, mais especificamente do PSDB, que comanda o governo paulista.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), chegou a provocar os tucanos mais cedo dizendo que aguarda o apoio deles à essa investigação também.
"Se a oposição pensa que nós vamos deixar de lado a investigação sobre o metrô de São Paulo, e sobre outras suspeitas que pairam de má aplicação de dinheiro público federal, estão enganados", disse Costa mais cedo.
Pelos planos iniciais traçados nesta quinta, o governo deve pautar os primeiros depoimentos da comissão com dirigentes e ex-dirigentes da Petrobras já ouvidos pelo Congresso na semana passada.
Nessa lista estão a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, o ex-presidente José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró. O governo acredita que não haverá novidades a serem exploradas nesses depoimentos e o movimento daria tempo para viabilizar nas próximas semanas a CPI mista para investigar o suposto cartel de trens e metrôs.
Segundo essa fonte, esse movimento inicial ajuda o governo a barrar parte do discurso da oposição de que não há interesse em investigar as denúncias de má gestão na Petrobras.
No curso da CPI da Petrobras, segundo a fonte, os governistas também devem se concentrar em analisar contratos e investimentos feitos na refinaria Abreu e Lima, que está instalada no complexo industrial de Suape, em Pernambuco, uma das vitrines de campanha de Campos.
Essa estratégia de desgastar o socialista pode ser bem sucedida, já que o governo tem condições de controlar os trabalhos de investigação, pois os maiores partidos são aliados e, portanto, irão eleger o presidente da CPI e indicar o relator, que determinam na prática o ritmo das convocações e pedidos de quebras de sigilo.
Além de denúncias de um suposto superfaturamento na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, a CPI também deve investigar denúncias de que houve pagamento de propina a funcionários da Petrobras num contrato com uma empresa holandesa, a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a ativação de plataformas de exploração de petróleo sem todas as condições de segurança.
Brasília - Além de uma investigação no Congresso de um suposto cartel de trens e metrôs que pode atingir políticos do PSDB, o governo estuda uma estratégia para ganhar tempo na CPI da Petrobras com depoimentos repetidos e para atingir o pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos , disse à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto nesta quinta-feira.
A estratégia está começando a ser montada e os primeiros movimentos foram vistos durante esta quinta, depois que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, concedeu, na véspera, liminar a pedido da oposição para que seja instalada uma CPI exclusiva para investigar denúncias contra a estatal.
Numa das frentes, os senadores governistas, que até então lutavam para evitar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, mudaram de posição e decidiram acelerar os passos para instalação da investigação política e usá-la para atingir a gestão de Campos como governador de Pernambuco.
Esse seria uma parte da estratégia que está sendo discutida no Palácio do Planalto, segundo a fonte que falou sob condição de anonimato.
Numa outra frente, os governistas pretendem instalar uma CPI mista, com deputados e senadores, para investigar um suposto cartel de empresas que atuou no sistema de trens e metrôs de São Paulo e do Distrito Federal. O governo quer usar essa investigação para atingir políticos da oposição, mais especificamente do PSDB, que comanda o governo paulista.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), chegou a provocar os tucanos mais cedo dizendo que aguarda o apoio deles à essa investigação também.
"Se a oposição pensa que nós vamos deixar de lado a investigação sobre o metrô de São Paulo, e sobre outras suspeitas que pairam de má aplicação de dinheiro público federal, estão enganados", disse Costa mais cedo.
Pelos planos iniciais traçados nesta quinta, o governo deve pautar os primeiros depoimentos da comissão com dirigentes e ex-dirigentes da Petrobras já ouvidos pelo Congresso na semana passada.
Nessa lista estão a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, o ex-presidente José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró. O governo acredita que não haverá novidades a serem exploradas nesses depoimentos e o movimento daria tempo para viabilizar nas próximas semanas a CPI mista para investigar o suposto cartel de trens e metrôs.
Segundo essa fonte, esse movimento inicial ajuda o governo a barrar parte do discurso da oposição de que não há interesse em investigar as denúncias de má gestão na Petrobras.
No curso da CPI da Petrobras, segundo a fonte, os governistas também devem se concentrar em analisar contratos e investimentos feitos na refinaria Abreu e Lima, que está instalada no complexo industrial de Suape, em Pernambuco, uma das vitrines de campanha de Campos.
Essa estratégia de desgastar o socialista pode ser bem sucedida, já que o governo tem condições de controlar os trabalhos de investigação, pois os maiores partidos são aliados e, portanto, irão eleger o presidente da CPI e indicar o relator, que determinam na prática o ritmo das convocações e pedidos de quebras de sigilo.
Além de denúncias de um suposto superfaturamento na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, a CPI também deve investigar denúncias de que houve pagamento de propina a funcionários da Petrobras num contrato com uma empresa holandesa, a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a ativação de plataformas de exploração de petróleo sem todas as condições de segurança.