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Governo quer processar responsáveis por depredação em protesto

Presidência da República irá acionar a Advocacia Geral da União para identificar os responsáveis pelo incidente durante os protestos contra o governo Temer

Protestos em Brasília: governo Temer quer punir os manifestantes que depredaram prédios da Esplanada dos Ministérios (Victor Moriyama/GETTY IMAGES/Getty Images)

Protestos em Brasília: governo Temer quer punir os manifestantes que depredaram prédios da Esplanada dos Ministérios (Victor Moriyama/GETTY IMAGES/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de maio de 2017 às 12h25.

O governo federal quer identificar e processar os responsáveis por atos de depredação do patrimônio público praticados ontem (24) durante a manifestação do Ocupa Brasília.

Para isso, a Presidência da República irá acionar a Advocacia Geral da União (AGU), segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante anúncio de suspensão da ação de Garantia de Lei e da Ordem (GLO).

"O presidente decidiu acionar a AGU para que sejam feitas perícias nos imóveis de toda a Esplanada, onde ocorreram atos de vandalismo e barbárie, para que [os responsáveis] sejam levados à Justiça e venham a pagar pelos danos e responder criminalmente todos que realizaram aqueles atos abomináveis incompatíveis com o regime democrático", disse Jungmann.

Segundo ele, ainda não há estimativa do valor dos prejuízos.

O ministro fez um retrospecto de outras ações de garantia da lei e da ordem. "De 2010 a 2017 foram realizadas 29 ações de garantia à lei e à ordem. Em todas essas ações, que envolvem copas do Mundo e das Confederações, Olimpíadas e na defesa, por conta da greve de polícias, a exemplo do que aconteceu em Pernambuco e no Espírito Santo. Nunca aconteceram incidentes graves que viessem a manchar a atuação das Forças Armadas."

"A orientação dada por nós ao general Pereira Gomes, que comandou a operação, foi que as Forças Armadas funcionassem defensivamente para defender o patrimônio e a vida das pessoas, e não a repressão", acrescentou o ministro, ao comentar que graças a essas ações foi garantida a continuidade dos trabalhos do Congresso Nacional, com a Câmara aprovando oito medidas provisórias. "A governabilidade não foi afetada."

Perguntado sobre a declaração de que teria partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o pedido para que as Forças Armadas reforçassem a segurança na Esplanada, Jungmann disse que houve um mal entendido.

"Quando aqui cheguei e recebi determinação do presidente Temer, já tinha sido feita uma avaliação, dada a insuficiência do contingente da Força Nacional de segurança. Houve um mal-entendido em termos de comunicação, uma vez que não era do meu conhecimento a solicitação [de Maia] por escrito. Liguei para o Rodrigo Maia e dei as explicações", disse Jungmann.

Segundo ele, a decisão de uso das Forças Armadas foi do presidente Michel Temer, após ouvir os ministros da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

"Era absolutamente necessário que ocorresse porque a Força Nacional não tinha condições de apresentar o efetivo de 1,4 mil homens como tínhamos das Forças Armadas", disse ele ao enfatizar que o presidente da Câmara não tem responsabilidade pelo emprego das Forças Armadas. "Foi uma decisão que nós tomamos, e tudo já esta esclarecido".

O ministro aproveitou o pronunciamento para transmitir uma mensagem do presidente Michel Temer: "Não há democracia sem ordem. A ordem e basilar e essencial à democracia. No que diz respeito às Forças Armadas, dentro da Constituição, tudo. Fora da Constituição, nada".

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