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Governo prepara minirreforma ministerial para reacomodar base

Entre os postos que estariam nesse troca-troca político estão a Secretaria de Governo, o Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho

Temer: o presidente ainda não definiu quando deverá ser feita a troca e quem seriam os novos ocupantes dos postos além do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (Adriano Machado/Reuters)

Temer: o presidente ainda não definiu quando deverá ser feita a troca e quem seriam os novos ocupantes dos postos além do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 22h07.

Brasília - O Palácio do Planalto prepara, para o início do próximo ano, uma minirreforma ministerial para reacomodar a base e trocar nomes cujo trabalho não está satisfazendo o presidente Michel Temer, informaram à Reuters duas fontes palacianas.

Entre os postos que estariam nesse troca-troca político estão a Secretaria de Governo, desocupada desde a saída de Geddel Vieira Lima (PMDB), o Ministério da Saúde, cujo titular é Ricardo Barros (PP), e o Ministério do Trabalho, com Ronaldo Nogueira (PTB), além de uma solução para Dyogo Oliveira, que se mantém interino no Ministério do Planejamento há sete meses.

O presidente ainda não definiu quando deverá ser feita a troca e quem seriam os novos ocupantes dos postos além do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), que deve ser mesmo confirmado na Secretaria de Governo.

De acordo com uma das fontes, as mudanças devem ser negociadas em janeiro, mas é possível que sejam efetivadas apenas em fevereiro, depois da eleição para a presidência da Câmara.

As mudanças ministeriais ajudariam o governo a resolver o imbróglio que se tornou a disputa pela Presidência da Câmara.

O Planalto tenta se manter oficialmente distante, mas assessores próximos de Temer admitem que o governo tem que manter uma presidência alinhada ao Planalto em um ano em que devem pipocar vários pedidos de impeachment do presidente.

No entanto, a manutenção de Rodrigo Maia (DEM-RJ) se tornou mais complexa do que o imaginado inicialmente, disse a fonte.

O centrão, que reúne mais de dez partidos da base, tem pelo menos três candidatos e conseguiu fragmentar o apoio a Maia.

Um dos pré-candidatos, o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), teria já, em estimativas iniciais, 180 votos --mais do que o deputado Rogério Rosso na disputa com Rodrigo Maia, em julho deste ano.

"O governo não pode desprezar essas questões. Tem que abrir uma ampla frente de negociação", disse uma fonte.

A rebeldia do centrão --que ajudou no atraso para votação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara-- mostrou que o governo não pode minimizar o impacto dos partidos na base.

A minirreforma não ampliaria o poder desses partidos, mas permitiria apontar parlamentares que têm um controle maior dos seus partidos do que os atuais ocupantes dos cargos. É o caso do PP de Ricardo Barros e do PTB de Ronaldo Nogueira.

Além disso, diz uma fonte, não é segredo que Temer não tem se mostrado satisfeito com o desempenho de ambos em áreas delicadas.

Já o nome de Imbassahy para o cargo de secretário de Governo dificilmente será trocado, mesmo com a pressão do centrão, que reclama do aumento do espaço do PSDB.

"Não tem como o governo funcionar sem o PSDB. Isso não é negociável", disse uma das fontes.

Já o Ministério do Planejamento possivelmente terá mesmo a manutenção de Dyogo Oliveira, transformado em efetivo.

O PSDB chegou a apresentar nomes para o cargo, mas o presidente prefere manter a equipe econômica funcionando como está.

Alinhado com Meirelles, o atual interino tem ótimo relacionamento com o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que é tratado como um "ministro oculto" do governo.

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