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Governo pede transparência para hotéis durante a Copa

Governo quer que hotéis deem transparência aos seus preços e publiquem na Internet os valores das diárias que serão cobradas nesse período


	Placa em língua inglesa da Copa do Mundo em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília
 (Gregg Newton/Bloomberg)

Placa em língua inglesa da Copa do Mundo em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (Gregg Newton/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 16h12.

Rio de Janeiro - Preocupada com a pratica de preços abusivos durante a Copa do Mundo, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça quer que os hotéis das 12 cidades-sede do Mundial deem transparência aos seus preços e publiquem na Internet os valores das diárias que serão cobradas nesse período, disse a secretaria da pasta, Juliana Pereira.

O primeiro acordo foi firmado nesta quinta-feira pela secretaria com a associação da rede hoteleira do Rio de Janeiro. As redes de hotéis se comprometeram a colocar em seus sites os valores da tarifas que vão cobrar por uma vaga em um hotel no período da Copa do Mundo.

No caso do Rio de Janeiro, os picos de demanda ocorrem em períodos como Carnaval e Réveillon. "Se for maior que Carnaval e Réveillon, é abusivo o preço", afirmou a vice presidente da ABIH-RJ, Sonia Chami.

A secretaria quer que os hotéis coloquem nas suas páginas na Internet os preços praticados durante Carnaval e Réveillon para se tornarem parâmetros de referência de preços aos consumidores. Mas a ABIH-RJ acha que é inviável.

" Não vemos como fazer isso. O que podemos fazer é pegar esse dados e disponibilizar para a secretaria que poderá conferir se há abuso na tarifa", afirmou Chami.

A ideia da secretaria é levar essa iniciativa do Rio de Janeiro para as demais sedes da Copa do Mundo. O órgão vai usar como referência nas demais 11 sedes os picos de demanda de cada uma delas.

"O pico de demanda no Rio é diferente do de Cuiabá, por exemplo. Aqui é Carnaval e Réveillon e em Cuiabá é o período de águas, por exemplo. Temos que respeitar as características de cada lugar", disse Juliana Pereira. "Queremos transformar essa iniciativa do Rio numa obrigação para as demais cidades", acrescentou ela à Reuters.


As denúncias de práticas abusivas de preços de serviços de hotelaria, hospedagem, transporte e logística se tornaram comuns no Brasil nós últimos meses.

No ano passado, foi criado um comitê interministerial de preço e qualidade, reunindo os ministérios como o do Turismo e da Justiça para acompanhar de perto o problema.

Visitas estão sendo feitas às cidades-sede para ver de perto os problemas e contatos estão sendo feitos com os órgãos de defesa do consumidor locais para fortalecer a fiscalização.

Juliana revelou que a cidade de Cuiabá, uma das sedes da Copa, tem sido a campeão de reclamações. Um hotel teria cobrado 4 mil reais por uma diária na cidade e há informações que casas em volta do estádio que receberá jogos da Copa estão cobrando até 200 mil reais de aluguel durante o Mundial.

"A hotelaria não tem pretensão de ficar rica num evento como Copa do Mundo... temos que trabalhar positivamente para a nossa cidade e evitar que nossa imagem fique queimada no Brasil e no mundo" afirmou Chami.

"Queremos que os turistas voltem e fiquem satisfeito e por isso temos que fazer um boa Copa", acrescentou Juliana.

Durante outro evento internacional na cidade, a Rio+20, conferência sobre sustentabilidade da Organização das Nações Unidas, houve reclamações sobre o valor das diárias, o que chegou a afastar algumas delegações do encontro.

"Não queremos que os problemas da Rio+20 se repitam. Estamos nos precavendo", finalizou Chami.

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