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Governo negocia com Goiânia e BH por Universíada

A Universíada de 2019 deveria ser realizada em Brasília, mas o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB) comunicou a desistência

George Hilton, ministro do Esporte, com a presidente, Dilma Rousseff: Hilton quer a manutenção da Universíada no Brasil, mas sua pasta não tem recursos suficientes (REUTERS/Ueslei)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2015 às 09h45.

São Paulo - O governo federal tem até o próximo dia 29 para resolver um impasse de mais de R$ 1 bilhão: em que cidade brasileira vai acontecer a edição de 2019 da Universíada, que deve reunir mais de 12 mil atletas universitários de todo o mundo.

Goiânia e Belo Horizonte são as duas principais candidatas, mas os respectivos governos estaduais querem que o governo federal se responsabilize pela maior parte do custo do evento, menor apenas que a Copa do Mundo e a Olimpíada .

A Universíada de 2019 deveria ser realizada em Brasília, mas, antes mesmo de assumir como governador do Distrito Federal, no início do ano, Rodrigo Rollemberg (PSB) comunicou a desistência à Federação Internacional de Esporte Universitário (FISU). Alegou que o Distrito Federal não tinha como arcar com os custos de organização do evento, estimados em R$ 1,2 bilhão.

Empossado em janeiro como ministro do Esporte, George Hilton (PRB) quer a manutenção da Universíada no Brasil, mas sua pasta não tem recursos para pagar a conta.

Em viagens pelo País no primeiro semestre, pediu apoio de governos estaduais. Ouviu "não" de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, e não recebeu o apoio esperado de Luiz Fernando Pezão (PMDB), no Rio de Janeiro, vendo-se obrigado a descartar os planos A e B.

A FISU chegou a reabrir o processo de escolha da sede, mas não teria recebido interessados - com apoio formal de Dilma, Brasília foi candidata única em 2013, depois que Baku (Azerbaijão) desistiu do pleito.

Assim, deu prazo até o fim do primeiro semestre para o Brasil apresentar um novo projeto. A Universíada de Gwangju (Coreia do Sul) começa no próximo dia 3 e, na véspera, o Comitê Executivo da FISU decide se aprova o plano que será apresentado pelo País.

Nos próximos dias, os governadores de Minas Gerais (Fernando Pimentel, do PT) e de Goiás (Marconi Perillo, do PSDB) podem se reunir com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), para tratar do assunto. Ambos trabalham com previsão de que o "master plan" de Brasília, de R$ 1,2 bilhão, será reduzido. Os dois Estados, entretanto, querem que o governo federal se comprometa a pagar uma fatia maior do que os 60% propostos a Brasília.

Minas Gerais já antecipou que não pode ficar com 40% dos custos. Segundo o secretário de Esporte do Estado, Carlos Henrique (PRB), foi George Hilton, também do PRB mineiro, quem procurou o Estado, há três meses. Por isso, alega, o governo federal deve ficar com a maior fatia de responsabilidades.

"É interesse muito mais do ponto de vista federal, então cabe ao governo federal se posicionar. Ainda não falamos de porcentagem", garantiu. Ele espera o Ministério do Esporte tomar a iniciativa de convocar Minas para uma reunião com Mercadante.

Já Marconi Perillo iniciou as tratativas da Universíada quando George Hilton foi a Goiânia para inauguração de um Centro de Excelência, há menos de um mês. Desde então, a cidade já recebeu comitivas do Ministério do Esporte, da FISU e da Confederação Brasileira de Desportos Universitários (CBDU).

O governador de Goiás agendou reunião com Mercadante nos próximos dias, mas quer ser recebido também pela presidente Dilma para falar de valores.

"O governador já disse que da parte de Goiás ele topa, mas tem que ter uma conversa com a presidente Dilma", contou Junior Vieira (PSDB), superintendente de Esportes de Goiás.

Custos

Diferente do COI com a Olimpíada e da Fifa com a Copa do Mundo, a FISU não participa da organização da Universíada.

A entidade firma um contrato com o comitê organizador, que fica responsável por todos os custos - e também pelas receitas. Mesmo assim, a engenharia financeira é complexa.

Belo Horizonte e Goiânia alegam que não precisariam construir novas praças esportivas, apenas reformar e adaptar as já existentes.

A capital goiana vai inaugurar um novo aeroporto em novembro, enquanto que a capital mineira recebeu obras de infraestrutura para a Copa do Mundo.

Assim, o principal custo está relacionado à Vila Olímpica.

Na Universíada, assim como nos Jogos Pan-Americanos e na Olimpíada, atletas e técnicos ficam hospedados em uma Vila Olímpica. Brasília prometeu construir uma com 2.496 apartamentos, com capacidade de receber 12 mil atletas, e a cidade escolhida para substituí-la precisa honrar esse compromisso.

O projeto, tanto de Minas quanto de Goiás, é construir a Vila Olímpica por meio de uma Parceria Público Privada (PPP).

Os governos estaduais querem que a Caixa Econômica Federal se comprometa a financiar a obra.

No Rio, para os Jogos Olímpicos, o consórcio Rio Mais precisou tocar a obra da Vila com recursos próprios entre outubro de 2013 e maio passado. O financiamento de R$ 1,39 bilhão só saiu no último dia 2.

A reportagem procurou o Ministério do Esporte, que vai esperar a reunião entre Perillo e Mercadante para se posicionar sobre o futuro da Universíada.

A pasta não descarta, entretanto, que o Brasil precise abrir mão da organização do megaevento.

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São Paulo - O governo federal tem até o próximo dia 29 para resolver um impasse de mais de R$ 1 bilhão: em que cidade brasileira vai acontecer a edição de 2019 da Universíada, que deve reunir mais de 12 mil atletas universitários de todo o mundo.

Goiânia e Belo Horizonte são as duas principais candidatas, mas os respectivos governos estaduais querem que o governo federal se responsabilize pela maior parte do custo do evento, menor apenas que a Copa do Mundo e a Olimpíada .

A Universíada de 2019 deveria ser realizada em Brasília, mas, antes mesmo de assumir como governador do Distrito Federal, no início do ano, Rodrigo Rollemberg (PSB) comunicou a desistência à Federação Internacional de Esporte Universitário (FISU). Alegou que o Distrito Federal não tinha como arcar com os custos de organização do evento, estimados em R$ 1,2 bilhão.

Empossado em janeiro como ministro do Esporte, George Hilton (PRB) quer a manutenção da Universíada no Brasil, mas sua pasta não tem recursos para pagar a conta.

Em viagens pelo País no primeiro semestre, pediu apoio de governos estaduais. Ouviu "não" de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, e não recebeu o apoio esperado de Luiz Fernando Pezão (PMDB), no Rio de Janeiro, vendo-se obrigado a descartar os planos A e B.

A FISU chegou a reabrir o processo de escolha da sede, mas não teria recebido interessados - com apoio formal de Dilma, Brasília foi candidata única em 2013, depois que Baku (Azerbaijão) desistiu do pleito.

Assim, deu prazo até o fim do primeiro semestre para o Brasil apresentar um novo projeto. A Universíada de Gwangju (Coreia do Sul) começa no próximo dia 3 e, na véspera, o Comitê Executivo da FISU decide se aprova o plano que será apresentado pelo País.

Nos próximos dias, os governadores de Minas Gerais (Fernando Pimentel, do PT) e de Goiás (Marconi Perillo, do PSDB) podem se reunir com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), para tratar do assunto. Ambos trabalham com previsão de que o "master plan" de Brasília, de R$ 1,2 bilhão, será reduzido. Os dois Estados, entretanto, querem que o governo federal se comprometa a pagar uma fatia maior do que os 60% propostos a Brasília.

Minas Gerais já antecipou que não pode ficar com 40% dos custos. Segundo o secretário de Esporte do Estado, Carlos Henrique (PRB), foi George Hilton, também do PRB mineiro, quem procurou o Estado, há três meses. Por isso, alega, o governo federal deve ficar com a maior fatia de responsabilidades.

"É interesse muito mais do ponto de vista federal, então cabe ao governo federal se posicionar. Ainda não falamos de porcentagem", garantiu. Ele espera o Ministério do Esporte tomar a iniciativa de convocar Minas para uma reunião com Mercadante.

Já Marconi Perillo iniciou as tratativas da Universíada quando George Hilton foi a Goiânia para inauguração de um Centro de Excelência, há menos de um mês. Desde então, a cidade já recebeu comitivas do Ministério do Esporte, da FISU e da Confederação Brasileira de Desportos Universitários (CBDU).

O governador de Goiás agendou reunião com Mercadante nos próximos dias, mas quer ser recebido também pela presidente Dilma para falar de valores.

"O governador já disse que da parte de Goiás ele topa, mas tem que ter uma conversa com a presidente Dilma", contou Junior Vieira (PSDB), superintendente de Esportes de Goiás.

Custos

Diferente do COI com a Olimpíada e da Fifa com a Copa do Mundo, a FISU não participa da organização da Universíada.

A entidade firma um contrato com o comitê organizador, que fica responsável por todos os custos - e também pelas receitas. Mesmo assim, a engenharia financeira é complexa.

Belo Horizonte e Goiânia alegam que não precisariam construir novas praças esportivas, apenas reformar e adaptar as já existentes.

A capital goiana vai inaugurar um novo aeroporto em novembro, enquanto que a capital mineira recebeu obras de infraestrutura para a Copa do Mundo.

Assim, o principal custo está relacionado à Vila Olímpica.

Na Universíada, assim como nos Jogos Pan-Americanos e na Olimpíada, atletas e técnicos ficam hospedados em uma Vila Olímpica. Brasília prometeu construir uma com 2.496 apartamentos, com capacidade de receber 12 mil atletas, e a cidade escolhida para substituí-la precisa honrar esse compromisso.

O projeto, tanto de Minas quanto de Goiás, é construir a Vila Olímpica por meio de uma Parceria Público Privada (PPP).

Os governos estaduais querem que a Caixa Econômica Federal se comprometa a financiar a obra.

No Rio, para os Jogos Olímpicos, o consórcio Rio Mais precisou tocar a obra da Vila com recursos próprios entre outubro de 2013 e maio passado. O financiamento de R$ 1,39 bilhão só saiu no último dia 2.

A reportagem procurou o Ministério do Esporte, que vai esperar a reunião entre Perillo e Mercadante para se posicionar sobre o futuro da Universíada.

A pasta não descarta, entretanto, que o Brasil precise abrir mão da organização do megaevento.

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