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Governo não prioriza reforma agrária, critica CNBB

"Continua a opressão dos assentados e dos atingidos pelo impacto pelos grandes projetos do PAC, na área de mineradoras e de hidrelétricas", disse bispo

Aparecida: em Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), d. Enemésio Angelo Lazzaris, bispo de Balsas (MA), disse que 90% dos mandantes de crimes no campo não são condenados, mas absolvidos. (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2013 às 23h29.

Aparecida - O presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), d. Enemésio Angelo Lazzaris, bispo de Balsas (MA), afirmou nesta sexta-feira que a reforma agrária ainda não se tornou uma prioridade de governo no Brasil, nem mesmo no governo de Dilma Rousseff, porque a bancada ruralista no Congresso parece mandar mais que o Executivo. "Continua a opressão dos assentados e dos atingidos pelo impacto pelos grandes projetos do PAC, na área de mineradoras e de hidrelétricas", afirmou o bispo em conversa com jornalistas na 51ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ( CNBB ), em Aparecida (SP). Segundo o bispo, 90% dos mandantes de crimes no campo não são condenados, mas absolvidos.

D.Enemésio disse, adiantando dados do documento a ser divulgado no encerramento da assembleia, dia 19, que a violência na terra continuou e até aumentou, desde o governo José Sarney, de 1985 a 1989, até os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, na administração do PT. "Os conflitos de terra que foram 685 com 614 mil pessoas atingidas entre 1985 e 1989 subiram para 1757 conflitos e 992 mil pessoas atingidas no governo Lula e para 1.363 conflitos com 600.925 mil atingidos no governo Dilma", informou o bispo. A média anual de conflitos foi menor durante o governo Fernando Collor - 445 conflitos e 432 mil atingidos - porque ele sofreu impeachment e governou apenas por três anos.

Para o arcebispo de Mariana e ex-presidente da CNBB, d. Geraldol Lyrio Rocha, a questão da reforma agrária não está sendo levantada por políticos e partidos e, por isso, o documento dos bispos deverá soar como um grito daqueles que estão pedindo socorro. "Esperamos que o documento chegue ao ministro da Justiça e que seja bem acolhido pelo Executivo e pelos parlamentares", disse o presidente da CPT. A Igreja, disseram os bispos, continuará apoiando os movimentos populares que lutam pela posse da terra. "Precisamos ouvir os gritos abafados dos sem-terra, dos indígenas e das vítimas de trabalho escravo", disse d. Enemésio.

Denúncia

O bispo denunciou, conforme nota divulgada pela CNBB, que tem mantido contato com uma freira, cujo nome não revelou, que está ameaçada de morte "por denunciar o tráfico de seres humanos, sobretudo crianças para serem adotadas para prostituição infantil, inclusive pedofilia e para extração e venda de órgãos". D.Enemésio lembrou que também estão ameaçados de morte o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), d. Erwin Krautler, bispo da Prelazia do Xingu, e d. José Azcona, bispo da Prelazia do Marajó, por lutarem contra a violência rural.


O presidente da CPT informou que tem acompanhado, na diocese de Balsas grupos de famílias acampadas que esperam assentamento em terras devolutas. "No Maranhão, estamos lutando pela legalização dos territórios indígenas e quilombolas", afirmou. O Maranhão, observou, tem cerca de 1 milhão de hectares de terras griladas.

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Aparecida - O presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), d. Enemésio Angelo Lazzaris, bispo de Balsas (MA), afirmou nesta sexta-feira que a reforma agrária ainda não se tornou uma prioridade de governo no Brasil, nem mesmo no governo de Dilma Rousseff, porque a bancada ruralista no Congresso parece mandar mais que o Executivo. "Continua a opressão dos assentados e dos atingidos pelo impacto pelos grandes projetos do PAC, na área de mineradoras e de hidrelétricas", afirmou o bispo em conversa com jornalistas na 51ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ( CNBB ), em Aparecida (SP). Segundo o bispo, 90% dos mandantes de crimes no campo não são condenados, mas absolvidos.

D.Enemésio disse, adiantando dados do documento a ser divulgado no encerramento da assembleia, dia 19, que a violência na terra continuou e até aumentou, desde o governo José Sarney, de 1985 a 1989, até os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, na administração do PT. "Os conflitos de terra que foram 685 com 614 mil pessoas atingidas entre 1985 e 1989 subiram para 1757 conflitos e 992 mil pessoas atingidas no governo Lula e para 1.363 conflitos com 600.925 mil atingidos no governo Dilma", informou o bispo. A média anual de conflitos foi menor durante o governo Fernando Collor - 445 conflitos e 432 mil atingidos - porque ele sofreu impeachment e governou apenas por três anos.

Para o arcebispo de Mariana e ex-presidente da CNBB, d. Geraldol Lyrio Rocha, a questão da reforma agrária não está sendo levantada por políticos e partidos e, por isso, o documento dos bispos deverá soar como um grito daqueles que estão pedindo socorro. "Esperamos que o documento chegue ao ministro da Justiça e que seja bem acolhido pelo Executivo e pelos parlamentares", disse o presidente da CPT. A Igreja, disseram os bispos, continuará apoiando os movimentos populares que lutam pela posse da terra. "Precisamos ouvir os gritos abafados dos sem-terra, dos indígenas e das vítimas de trabalho escravo", disse d. Enemésio.

Denúncia

O bispo denunciou, conforme nota divulgada pela CNBB, que tem mantido contato com uma freira, cujo nome não revelou, que está ameaçada de morte "por denunciar o tráfico de seres humanos, sobretudo crianças para serem adotadas para prostituição infantil, inclusive pedofilia e para extração e venda de órgãos". D.Enemésio lembrou que também estão ameaçados de morte o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), d. Erwin Krautler, bispo da Prelazia do Xingu, e d. José Azcona, bispo da Prelazia do Marajó, por lutarem contra a violência rural.


O presidente da CPT informou que tem acompanhado, na diocese de Balsas grupos de famílias acampadas que esperam assentamento em terras devolutas. "No Maranhão, estamos lutando pela legalização dos territórios indígenas e quilombolas", afirmou. O Maranhão, observou, tem cerca de 1 milhão de hectares de terras griladas.

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