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Governo não pretende abrir mão de BPC e aposentadoria rural, diz fonte

O governo espera que o Congresso tente negociar a mudança desses itens, mas eles pretendem manter as alterações feitas na proposta original da PEC

BOLSONARO E PAULO GUEDES:  16 prioridades econômicas  REUTERS | Sergio Moraes (Sergio Moraes/Reuters)

BOLSONARO E PAULO GUEDES: 16 prioridades econômicas REUTERS | Sergio Moraes (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de março de 2019 às 15h57.

Rio de Janeiro — O governo não pretende abrir mão de mudanças em itens da reforma da Previdência como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural, por considerar esses pontos fundamentais para o sucesso do plano, disse à Reuters uma fonte próxima às negociações, nesta quinta-feita.

"O Congresso vai propor e negociar alterações à PEC, e deve ser assim mesmo, mas nós manteremos a proposta original e não tiraremos esses pontos da negociação", disse a fonte, que falou em condição de sigilo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e demais parlamentares já manifestaram desconforto com as mudanças na aposentadoria rural e no BPC por entenderem que esses dois pontos afetam principalmente as pessoas de menor renda.

Segundo eles, com regras mais duras para o BPC e a aposentadoria rural será difícil encampar o discurso do governo de que a Reforma da Previdência proposta é ampla e visa enfrentar principalmente privilégios e pensões.

De acordo com a fonte, a estratégia de comunicação do governo passará por ajustes a fim de mostrar a relevância de cada uma das medidas propostas para se chegar a uma economia estimada de mais de 1 trilhão de reais ao longo de uma década.

A ideia agora é separar os valores e apresentar a economia de cada uma das mudanças propostas, acrescentou.

"Até agora se mostrava o impacto global, mas estamos calculando todos os efeitos isolados, ou seja, quanto custa para a sociedade cada uma das medidas", disse a fonte.

A intenção do governo, disse, é que fique claro quanto cada eventual mudança na proposta original pode afetar o esforço final com a reforma da Previdência.

"Temos que demonstrar à sociedade quanto custa cada medida e de onde sairá. O nosso cobertor é curto", acrescentou.

Os cálculos ainda estão sendo finalizados e o objetivo é apresentá-los em reunião da Comissão de Constituição e Justiça da (CCJ) da Câmara, que vai apreciar a constitucionalidade da PEC da Reforma da Previdência, disse a fonte.

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