A presidente reconheceu a dificuldade da indústria nacional em concorrer com os produtos chineses e que é preciso corrigir o desequilíbrio (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 14h48.
Brasília - No encontro de sindicalistas com a presidente Dilma Rousseff, hoje, ficou acertada uma nova reunião, com os ministros da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Secretaria-Geral da Presidência, para discutir a redução da produção da indústria e o aumento das aposentadorias e pensões. A data, porém, ainda não foi definida.
Durante o encontro, Dilma disse que vai levar em consideração o pedido de correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) acima dos 4,5% propostos pelo governo e uma política de reajuste de longo prazo da tabela. "O presidente Lula sempre me disse 'você tem que ouvir os sindicalistas e fazer fóruns'", lembrou Dilma, segundo relato dos sindicalistas. No encontro, os sindicalistas apresentaram ainda, entre as reivindicações, o fim do fator previdenciário e maior atenção para a área de acidentes do trabalho.
A presidente Dilma Rousseff ouviu reclamações com relação à política econômica do governo, especialmente os cortes no Orçamento da União e o aumento da taxa Selic (juro básico da economia). Um dos sindicalistas chegou a afirmar que Dilma estava fazendo um governo que atendia mais ao mercado do que aos sindicatos, segundo relato dos participantes. A presidente reagiu, afirmando que isso era uma "bobagem". "Na época da campanha, eles me chamavam de guerrilheira desenvolvimentista. Agora falam que eu sou monetarista. Vejam só como mudam", afirmou, em tom de ironia.
Dilma disse que sua maior preocupação é o desenvolvimento do Nordeste, a redução da pobreza e a melhoria de vida da população de baixa renda. Ela reafirmou que o ex-presidente Lula fez um governo muito bom e que ela terá de avançar em algumas áreas.
A presidente reconheceu a dificuldade da indústria nacional em concorrer com os produtos chineses e que é preciso corrigir o desequilíbrio. "O Brasil é exportador de commodities para a China, mas importa muita bagulheira", afirmou. Ela disse que pretende discutir essa questão, na viagem que fará em abril à China.