Parlamentares da base aliada classificam como equívoco o fato de o governo comparar o cronograma da reforma da Previdência com o da PEC do Teto de Gastos Públicos (Antonio Cruz/ABr)
Marcelo Ribeiro
Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 20h29.
Brasília - O governo e a base aliada estão batendo cabeça sobre o calendário da reforma da Previdência. Ainda que concordem que a matéria será aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado, integrantes da base governista e o Palácio do Planalto não estão falando a mesma língua quando o assunto é o cronograma da Previdência.
Defensor do calendário estabelecido pelo presidente Michel Temer (PMDB), o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) vem afirmando ao quatro ventos que o texto da reforma da Previdência será aprovado na Casa até o final de abril. Para o peemedebista, a matéria terá aprovação no Senado ainda no primeiro semestre.
Essa previsão, porém, não é uma unanimidade entre os parlamentares da base aliada. Relator da matéria na Comissão da Reforma da Previdência, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) reforçou a EXAME.com que sempre defendeu que o texto será aprovado na Casa até o final de junho.
Questionado sobre as divergências do calendário, Maia brincou que iria propor um “bolão” entre os parlamentares. “Devo apresentar o parecer na segunda quinzena de março. Depois disso, leva pelo menos um mês para ele ser votado, considerando pedido de vistas e interstícios. Aí, já estaremos no meio de abril. Uma PEC não é aprovada em menos de 1 mês e meio no plenário. Teremos motivos para comemorar se conseguirmos aprová-la na Câmara até o final do semestre”, disse o relator.
Engana-se quem pensa que Maia está sozinho nesse raciocínio. Outros deputados classificam como equívoco o fato de o governo comparar o cronograma da reforma da Previdência com o da PEC do Teto de Gastos Públicos.
“A reforma da Previdência terá muito mais destaques. Todos os parlamentares representam um grupo, sejam as mulheres, os militares, os servidores públicos. Eles apresentarão vários destaques, o que deve fazer com que a votação se arraste por muitas sessões. Esse texto precisa amadurecer antes de ser votado”, afirmou um deputado da base governista a EXAME.com.