Polícia Militar de São Paulo: programa, que já existe, funcionava somente por meio de convênios com as prefeituras, que bancam o salário extra dos agentes (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 16h46.
São Paulo - A partir de abril, parte da Operação Delegada da Polícia Militar, também chamada de "bico oficial", será custeada pelo governo do estado.
Com isso, 3 mil policiais trabalharão no chamado "contraturno" por R$ 160 por dia. O programa, que já existe, funcionava somente por meio de convênios com as prefeituras, que bancam o salário extra dos agentes.
"Serão mil policiais por dia, a mais, para o Estado de São Paulo. Para onde vão esses policiais, a polícia, tecnicamente, sabe onde é mais necessário", afirmou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta-feira, 27, durante evento que marcou a entrega de viaturas para as polícias civil e militar, no Anhembi, na zona norte da capital paulista.
O secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, disse que indicadores serão usados para apontar as situações mais críticas e onde os agentes deverão agir.
"Não havendo como suprir com a atividade delegada (em convênio com a prefeitura), o Estado vai bancar isso aí." De acordo com ele, a ação será focada na capital e em partes da Grande São Paulo. No interior, deve haver "uma ou duas" cidades que devem receber o projeto. "Estamos levantando os indicadores e vamos dar prioridade às áreas mais críticas."
O coronel Benedito Roberto Meira, comandante da PM, deu um exemplo de como pode funcionar a Operação Delegada do estado.
"No Morumbi, vamos imaginar que a comunidade e os indicadores que o Ladeirão exige a necessidade de colocar policiais militares ali, por meio do pagamento dessa diária, eles vão ser colocados ali. Eu quero que elimine o problema, não quer mais ouvir do Ladeirão do Morumbi como problema. É isso que o governo quer, é isso o que a sociedade quer."
De acordo com ele, um projeto de lei permitindo a Operação Delegada Estadual já foi aprovado e está em vigor. "Dependemos agora unicamente dos recursos de que o Estado dispõe." Meira destaca que o valor pago por hora trabalhada é "bem superior" ao que o policial receberia se estivesse fazendo um bico em seu período de folga.
"Não quero mais policial meu morrendo em padaria, farmácia, supermercado, em estabelecimento comercial para ganhar R$ 60 ou R$ 70 no fim do dia, em uma jornada de oito ou dez horas de trabalho." Ainda segundo o coronel, a adesão ao programa pelos policiais é voluntária.